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EXPOSIÇÃO DE PINTURA: “Por Amor”
& “Sinestesia”,
de Paulo Ponte
Ap'Arte Galeria Arte Contemporânea,
Porto
22 Set > 03 Nov 2018
Entre tudo quanto de bom resultou do
conjunto de inaugurações simultâneas do passado sábado, nas
galerias do quarteirão de Miguel Bombarda, já aqui destaquei a
exposição “Sem Mensagens”, da autoria de Alexandra de Pinho e patente na DaVinci Art Gallery [AQUI],
conjunto de desenhos cosidos de vários envelopes e que resultam num
convite à viagem pelas nossas memórias. Hoje gostaria de falar de Paulo Ponte, artista
portuense que expõe na Galeria Ap’Arte, até ao próximo dia 03 de
Novembro, duas séries de pinturas – “Por Amor” e “Sinestesia”
– onde é possível perceber como artes tão nobres como a pintura
e a música se podem combinar e transfigurar, alargando o leque de
emoções que, em conjunto ou separadamente, suscitam.
“Por Amor” constitui uma homenagem
directa a dez compositores que viveram de e para a música. A
primeira composição desta série é dedicada a Mozart e revela o
amor que o pintor nutre pelo compositor e pela sua habilidade musical
prodigiosa. Trata-se duma pintura de cores vivas, particularmente
colorida, como colorida é a música do retratado. As restantes obras
desta série mantêm esta ligação entre o pictórico e o emocional,
sendo perceptíveis as enormes diferenças entre as várias obras
expostas. Homem muito à frente do seu tempo, Beethoven é
representado como um reticulado de pixeis, enquanto Tchaikovsky,
romântico entre os românticos, surge-nos como “um coração que
pulsa em sangue e força”.
Já “Sinestesia” surge da
necessidade do artista exprimir o seu sentir perante uma particular
obra musical. Com os seus três movimentos, o “Divertimento K.136”
de Mozart, representado por um círculo de harmonia e cor, foi a
primeira das doze obras desta série. “Gnossiennes”, conjunto de
composições para piano escritas pelo francês Erik Satie, leva-nos
como que “flutuando no ar, numa viagem indescritível para um local
longínquo e desconhecido”. Por seu lado, o “Concerto para Piano
nr. 2”, de Rachmaninoff, a sua elevada expressividade e coloração
melódica, espelha a coragem e persistência do compositor para casar
com a mulher que amava. É todo um mundo da grande música expresso
nas telas pelo olhar do coração de Paulo Ponte aquele que se
oferece ao visitante, convidando-o a experienciar as sensações e os
estímulos criados por obras musicais, transformadas em cores, formas
e luz. A não perder!
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