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EXPOSIÇÃO: "Morte à morte!
150 anos da abolição da pena de morte em Portugal / 1867-2017"
Centro Português de Fotografia
07 Abr > 24 Jun 2018
Apesar de ter encerrado ao público no
passado domingo, fica aqui um apontamento sobre a exposição "Morte
à morte! 150 anos da abolição da pena de morte em Portugal /
1867-2017" que ao longo de dois meses e meio esteve patente no
Centro Português de Fotografia, no Porto. Comissariada pelo
historiador Luís Farinha, a iniciativa resultou duma parceria da
Assembleia da República com o Arquivo Nacional da Torre do Tombo e o
Centro Português de Fotografia, através dela se assinalando a
aprovação da carta de lei que consagrou a reforma penal das prisões
e abolição da pena de morte para crimes comuns e de trabalhos
públicos.
Como era Portugal na segunda metade do
século XIX? Como se chegou à abolição desta pena? Como estamos
hoje? Através dum conjunto significativo de textos, imagens e
documentos, a mostra permitiu perceber os antecedentes jurídicos e políticos
que levaram à abolição da pena de morte, as práticas anteriores
de execução, as repercussões nacionais e internacionais da
aprovação da carta de lei, os sucedâneos da pena de morte (pena
celular perpétua e degredo para as colónias) e as tentativas de
reposição da pena capital, fazendo-se ainda referência à situação
actual no mundo.
A carta de lei, promulgada a 1 de Julho
de 1867, foi um dos documentos seleccionados para fazer parte desta exposição. Proveniente do Arquivo Nacional da Torre do Tombo,
ocupou um lugar de destaque no início da sala onde se dispôs todo o
material expositivo, distribuído por onze núcleos e tendo como
suporte um conjunto de painéis que desenhavam tridimensionalmente o
número 150. Três mapas do mundo, em três momentos distintos -
1880, 1980 e 2016 - permitiam ter uma visão da evolução dos países
que ainda têm pena de morte. Da Amnistia Internacional vieram as
imagens daqueles que passaram anos no corredor da morte,
descobrindo-se que eram, afinal, inocentes.
A história dos últimos 150 anos
contou-se em gravuras, pinturas - como a reprodução de Alegoria da
Constituição, de Domingos Sequeira, cujo original se encontra no
Museu Nacional de Arte Antiga - documentos e livros que se tornaram
imprescindíveis quando se fala na abolição da pena capital. Uma
dessas obras é “Dos Delitos e das Penas” (1764), do italiano
Cesare Beccaria, fundamental entre os movimentos humanistas.
Refira-se ainda que o título da exposição - "Morte à morte!"
- foi retirado de uma carta de Victor Hugo ao director do Diário de
Notícias, em Julho de 1867, felicitando Portugal pela abolição da
pena de morte.
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