FILME-CONCERTO: “O Gabinete do Dr.
Caligari” / “Das Cabinet des Dr. Caligari”
Realização |
Robert Wiene
Argumento | Carl Mayer e Hans Janowitz
Fotografia | Willy Hameister
Interpretação | Werner Krauss, Conrad Veidt, Friedrich Fehér, Lil Dagover, Hans Heinrich Von Twardowski, Rudolf Lettinger
Produção | Rudolf Meinert e Erich Pommer
Música | Wolfgang Mitterer – Symphony of Craze para O Gabinete do Dr. Caligari (estreia em Portugal; encomenda da Casa da Música e Philharmonie Luxembourg). Interpretação ao vivo por Remix Ensemble Casa da Música, direcção musical de Brad Lubman
Alemanha | 1920 | Fantasia, Terror, Suspense | 76 minutos
Casa da Música, Porto
20 Fev 2018 | ter | 19:30
Argumento | Carl Mayer e Hans Janowitz
Fotografia | Willy Hameister
Interpretação | Werner Krauss, Conrad Veidt, Friedrich Fehér, Lil Dagover, Hans Heinrich Von Twardowski, Rudolf Lettinger
Produção | Rudolf Meinert e Erich Pommer
Música | Wolfgang Mitterer – Symphony of Craze para O Gabinete do Dr. Caligari (estreia em Portugal; encomenda da Casa da Música e Philharmonie Luxembourg). Interpretação ao vivo por Remix Ensemble Casa da Música, direcção musical de Brad Lubman
Alemanha | 1920 | Fantasia, Terror, Suspense | 76 minutos
Casa da Música, Porto
20 Fev 2018 | ter | 19:30
Falar de “O Gabinete do Dr. Caligari”
é falar dos primórdios dos filmes de terror visto este ser comumente aceite como o primeiro filme do género da história
do cinema (embora, à data, já existissem filmes com algumas
sequências sinistras). Mas este é também, do ponto de vista da
estética que lhe está subjacente, o único filme alemão
verdadeiramente expressionista, retirando o maior partido dos efeitos
de luz e de sombra e explorando os planos distorcidos, tanto pelos
enquadramentos como pelos extraordinários cenários e figurinos.
Segunda escolha do produtor Erich
Pommer – após recusa do talentoso Fritz Lang em dirigir o filme –,
Robert Wiene aceitou trabalhar sobre um argumento de Carl Mayer
(guionista de vários filmes de F.W. Murnau) e de Hans Janowitz,
apesar dos cortes impostos pela produção. Wiene, que nos anos que
antecederam “O Gabinete do Dr. Caligari” se revelara sobretudo
como argumentista, conseguiu transcender-se e entrar para a história
do cinema com um filme que acabou por influenciar o cinema negro e o
género de terror até aos nossos dias, dos quais as cenas de
pesadelo desenhadas por Salvador Dali em Hollywood (para “A Casa
Encantada” de Alfred Hitchcock, em 1945, e “O Pai da Noiva”, de
Vincent Minnelli, em 1950) e todo o cinema de Tim Burton são os mais
flagrantes exemplos.
Foi precisamente esta obra-prima do
cinema mudo que nos foi dado apreciar ao final da tarde de hoje na Casa da
Música, no Porto, com acompanhamento musical ao vivo sobre música
de Wolfgang Mitterer – Symphony of Craze para O Gabinete do Dr.
Caligari, uma encomenda da Casa da Música e Philharmonie Luxembourg
que estreou em Portugal – e interpretada pelo Remix Ensemble Casa
da Música, com direcção musical de Brad Lubman. Um “dois em um”
que não funcionou uma vez que, à qualidade e interesse da película,
somou-se uma música demasiado estridente, pouco versátil,
desenquadrada da acção e que roubou mais do que acrescentou. Um
grande momento de cinema que dispensava bem tanto e tão desagradável ruído de fundo.
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