EXPOSIÇÃO: “Tensão &
Conflito. Arte em Vídeo após 2008”,
de Patrícia Almeida, Halil
Altindere, Marilá Dardot, Bofa da Cara, Burak Delier, Melanie
Gilligan, Lola Gonzàlez, Hiwa K, Silvia Kolbowski, Nikolaj Bendix
Skyum Larsen, Marc Larré, Jorge Macchi, Paulo Mendes, Mario Pfeifer,
Francisco Queirós, Anatoly Shuravlev, Federico Solmi, Pilvi Takala,
Maria Trabulo, Dragana Zarevac, Artur Zmijewski, Yorgos Zois
Museu de Arte, Arquitectura e
Tecnologia, Lisboa
13 Set 2017 > 19 Mar 2018
Nos últimos 10 anos, o vídeo
revelou-se um recurso cada vez mais incontornável para a arte nos
oferecer uma expressão única das tensões e inquietações que
marcam a sociedade atual. A aptidão deste suporte para a criação e
circulação de imagens, vozes e histórias tornaram-no uma
ferramenta fundamental para os artistas contemporâneos analisarem os
impactos socio-económicos dos acontecimentos do quotidiano. “Tensão
& Conflito. Arte em vídeo após 2008” foca-se precisamente
numa excepcional selecção de representações artísticas que, com
rara eloquência, recorreram ao vídeo para registar os impactos e as
consequências da crise financeira global de 2008.
Ocupando a Galeria Principal e a
Video Room do MAAT, a exposição reúne obras de 22 artistas que,
dos Estados Unidos e América Latina à Europa e ao Médio Oriente,
filmaram visões pessoais sobre os efeitos da grande recessão, a
agitação política a ela associada e os aspetos sociais menos
óbvios que emergiram desses eventos. Numa mostra que transforma o
museu numa sucessão de espaços fílmicos, as obras destes artistas
tanto apropriam protestos, manifestações e notícias do dia, como
apresentam visões poéticas que nos fazem ler a História recente —
e as transformações do presente — de modos frequentemente
inesperados.
A imagem que ilustra este texto permite antever o que está em causa com esta mostra. Nela, a brasileira Marilá Dardot, depois de seleccionar notícias relevantes dos jornais, reescreve-as com água no muro de betão da casa. Como a água se evapora, sempre que ela acaba de escrever uma notícia, já não se pode ler o seu início. A artista enfatiza a efemeridade de notícias sem impacto para além da sua comunicação imediata. Falo de Dardot, como poderia falar da finlandesa Pilvi Takala, performer, que no papel de estagiária testa os códigos e exigências presentes no contexto duma produtividade impositiva, do curdo Hiwa K., que vai agregando à sua volta manifestantes, enquanto toca numa harmónica “Once Upon a Time in the West”, de Ennio Morricone, do polaco Artur Zmijewski, que confronta expressões de manifestações políticas em espaço público por todo o mundo ou da portuguesa Patrícia Almeida, que refaz, através duma narrativa linear, os 23 segundos da invasão duma conferência de imprensa do Banco Central Europeu pela activista política Josephine Witt. Em suma, uma excelente exposição num espaço de excelência!
A imagem que ilustra este texto permite antever o que está em causa com esta mostra. Nela, a brasileira Marilá Dardot, depois de seleccionar notícias relevantes dos jornais, reescreve-as com água no muro de betão da casa. Como a água se evapora, sempre que ela acaba de escrever uma notícia, já não se pode ler o seu início. A artista enfatiza a efemeridade de notícias sem impacto para além da sua comunicação imediata. Falo de Dardot, como poderia falar da finlandesa Pilvi Takala, performer, que no papel de estagiária testa os códigos e exigências presentes no contexto duma produtividade impositiva, do curdo Hiwa K., que vai agregando à sua volta manifestantes, enquanto toca numa harmónica “Once Upon a Time in the West”, de Ennio Morricone, do polaco Artur Zmijewski, que confronta expressões de manifestações políticas em espaço público por todo o mundo ou da portuguesa Patrícia Almeida, que refaz, através duma narrativa linear, os 23 segundos da invasão duma conferência de imprensa do Banco Central Europeu pela activista política Josephine Witt. Em suma, uma excelente exposição num espaço de excelência!
Sem comentários:
Enviar um comentário