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sábado, 2 de dezembro de 2023

EXPOSIÇÃO DE ARTE URBANA: "Urban [R]Evolution"



EXPOSIÇÃO DE ARTE URBANA: “Urban [R]Evolution”
Add Fuel, Aka Corleone, André Saraiva, Barry McGee, Filipe Pantone, Futura, Jason Revok, Lee Quiñones, +MaisMenos+ Martha Cooper, Maya Hayuk, Nuno Viegas, Obey Sktr, Shepard Fairey, Swoon, Tamara Alves, Vhils, Wasted Rita
Curadoria | Pauline Foessel, Pedro Alonzo
Cordoaria Nacional
21 Jun > 03 Dez 2023


Os nomes são-nos familiares: Tamara Alves, Filipe Pantone, Add Fuel, Vhils, Aka Corleone, Wasted Rita, +MaisMenos+. São eles os grandes responsáveis pelo orientar das atenções para a Cordoaria Nacional e para a exposição que dá pelo nome de “Urban [R]Evolution” e que está praticamente no fim. A eles juntam-se outros, todos eles nomes maiores da Arte Urbana mundial, e ainda o olhar atento da fotógrafa Martha Cooper, figura fundamental no processo de dar a conhecer os primeiros passos duma verdadeira revolução artística. Aliás, começo mesmo por Martha Cooper, já que as suas fotografias são uma presença constante no amplo espaço da Cordoaria e constituem um lugar à parte dentro da própria exposição. São imagens que apresentam uma narrativa visual da história e evolução da arte urbana e que ilustram as duras condições a partir das quais o graffiti, um dos primeiros movimentos artísticos verdadeiramente globais, emergiu. Na verdade, foram as próprias fotografias iniciais que inspiraram os jovens, à medida que as imagens se espalhavam através do planeta em livros e nos meios de comunicação social.

“Urban (R)Evolution” narra o fascinante desenvolvimento da Arte Urbana, desde o seu começo sob a forma de graffiti na década de 1970 até aos nossos dias. Trabalhando com dezoito artistas de diferentes gerações, a exposição destaca as origens e a evolução de uma revolução artística que veio das ruas, mostrando a afirmação poderosa que o acto de colocar arte no espaço público representa e de que forma desafia as estruturas de poder tradicionais (quem não se lembra de Rui Rio e da sua prepotência em lidar com esta matéria). Uma arte que começou a mostrar-se em Nova Iorque, no início dos anos 70, sob a forma de tags, grafitti e pinturas em carruagens do Metro, e que rapidamente evoluiu para incorporar o graffiti, o breakdancing e o rap, levando a uma explosão global de expressão popular. A exposição inclui núcleos imersivos que exibem os diversos estilos e técnicas que evoluíram desde a génese da Street Art até ao presente e mostra o processo criativo de vários artistas e a forma como tornam acessível o movimento da Arte Urbana.

As características mais marcantes que reúnem estes artistas num movimento multigeracional são práticas inspiradas pelo seu trabalho no ambiente urbano, o desenvolvimento resultante de um vasto leque de estilos e técnicas, e um compromisso de se conectarem com o público. Qualidades que tornam a Arte Urbana, na sua essência, verdadeiramente acessível a um público alargado. A abertura dos artistas para trabalhar em qualquer superfície e o uso de diversos suportes e técnicas mostram-se decisivos para fazer de “Urban [R]Evolution” um espaço de diversidade e abertura, mostrando a acessibilidade e a disseminação que o movimento global da Arte Urbana tem registado desde o seu começo. Extraordinariamente bem montada, a exposição gere com igual cuidado as suas vertentes lúdica e didáctica, convidando a uma visita atenta das peças que a integram. A pouco mais de vinte e quatro horas do fim da exposição, fica a dica. Se a agenda de domingo não está ainda preenchida, visitar a Cordoaria Nacional será um programa a a considerar. Estão garantidos belíssimos momentos de fruição da Arte Urbana naquilo que tem de mais interessante e valioso.

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