LUGARES: Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco
Rua do Relógio, 29 – Castelo Branco
Horário | De terça-feira a domingo, das 09h00 às 18h00
Ingresso | Bilhete normal: 1,50 €
Site | www.cm-castelobranco.pt
Resultado da recuperação de um edifício histórico de Castelo Branco, a Domus Municipalis – antiga Casa da Vila, antiga Cadeia e, mais recentemente, Biblioteca Municipal -, o Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco é um espaço de emoções. Desde logo, pela forma como exalta um produto que, para além de ser um verdadeiro ex-libris da cidade e do Concelho, constitui uma forma de expressão artística ímpar. Depois, pelo espaço museológico em si, convidando o visitante a uma viagem desde a sementeira do linho à tecelagem, passando pela criação do bicho da seda e extração da matéria prima à evolução do Bordado e dos vários pontos, bem como ao enquadramento histórico e à simbologia a ele associados. Finalmente, porque integra o espaço da Oficina-Escola de Bordado de Castelo Branco, onde é possível assistir ao trabalho das bordadoras, artífices de peças genuínas de enorme beleza.
Exemplo de originalidade no âmbito de manufactura nacional, o Bordado de Castelo Branco teve o seu período mais fecundo ao longo do século XVIII. Porquê o surgimento do Bordado nesta cidade? Justamente porque esta é uma região onde se cultiva o linho e onde a amoreira se dá tão bem, a ponto de permitir a criação em larga escala do bicho-da-seda. Neste alinhamento histórico, merecem referência os nomes de Maria da Piedade Mendes, grande responsável pelo ressurgimento do Bordado no primeiro quartel do século XX e Maria Júlia Antunes, professora do Liceu Infanta D. Maria, em Coimbra, que em 1929 apresentou a tese “Rendas e Bordados das Beiras” onde faz referência aos “bordados albicastrenses, genericamente chamados a frouxo”, pela primeira vez divulgados em público com a designação que os associa à cidade beirã.
Ao longo do percurso, o visitante irá deparar-se com uma enorme variedade de peças que atestam a singularidade e encanto do Bordado. Fruto da criatividade de alguns dos grandes estilistas portugueses, é possível apreciar essa mescla única dos motivos próprios do Bordado com a elegância e distinção de fatos ou vestidos. Tradição e contemporaneidade, rigor e inovação são a matriz base de peças assinadas, entre outros, por Alexandra Moura, Luís Buchinho e Katty Xiomara. O apelo visual das colchas leva-nos a buscar nelas as características próprias do Bordado, com destaque para os elementos florais (cravos, peónias, lótus, crisântemos, túlipas, magnólias), frutos, figuras humanas, pássaros, laços e corações. Carteiras de mão, mochilas, máscaras sociais ou mobiliário são outros exemplos da infinidade de utilizações do Bordado, para deleite do nosso olhar e depósito da nossa admiração.
Sem comentários:
Enviar um comentário