EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “1825 Dias no Convento”,
de João Duarte
Convento de São Francisco
08 Abr > 05 Set 2021
Desde que o Convento São Francisco reabriu as suas portas à cidade, a 8 de abril de 2016, João Duarte tem fotografado, intensa e incessantemente, os espectáculos de música, dança, teatro e tantas outras áreas artísticas, apresentados no âmbito da programação cultural deste fantástico equipamento. Além do interesse estético do conjunto de imagens em exposição, “1825 dias no Convento” tem também um sentido de arquivo. As imagens de João Duarte permitem-nos construir uma memória sobre os primeiros cinco anos de actividade do Convento de São Francisco, compreender a identidade plural da sua programação e a diversidade de públicos que convoca, bem como a sua importância como lugar de criação e de fruição das artes e da cultura.
“A ideia desta proposta surge do encontro das duas formas de arte que mais me atraíram nestes últimos anos, a fotografia e as artes performativas. Desde a abertura de portas ao público, que acompanho a programação do Convento São Francisco. Mas a paixão por este espaço nasce no workshop de Fotografia de Espectáculo, integrado na programação do projecto “Mostra que é Circo”, orientado por Márcia Lessa. A exposição “1825 Dias no Convento” mostra a minha viagem pelos espaços, pelos espetáculos, pelas exposições, pelas instalações, pelos momentos e pelas emoções. Este trabalho mostra também alguns espaços e momentos aos quais o público não tem acesso e que tornam possível toda a atividade cultural”, pode ler-se na folha de sala, assinada pelo fotógrafo.
Ao visitante, é oferecida a possibilidade de apreciar um conjunto de registos de enorme beleza, fragmentos de espectáculos congelados no tempo a partir dos quais se abre um mar de emoções que guardam em si a magia do som, do gesto, do cenário, do palco. Percebe-se no olhar de João Duarte um rigor e uma sensibilidade incomuns, tanto na forma como enquadra o artista no seu mundo como naquilo que há de subentendido na entrega e partilha, no virtuosismo, na força vital. Da cor nas peças de “O Bando”, do soundcheck da Surma ou das performances de Maria Gadu, Tó Trips ou João Mortágua, ao depurado preto e branco de um solo de Rui Horta ou de Graça Ochoa mais as suas abóboras meninas, é toda uma nova forma de olhar o espectáculo aquilo que o artista oferece. Num passado tornado presente, o tempo é de chamada ao palco.
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