LUGARES: Forte de Nossa Senhora da Graça
Alcáçova, Elvas
Horários: Das 10h00 às 18h00, de Maio a Setembro; das 10h00 às 17h00, de Outubro a Abril. Encerra à segunda-feira
Ingresso: € 5,00 (preço normal); € 8,00 (visita guiada). Isento de pagamento até 31/12/2020, de acordo com as medidas municipais de apoio preventivo ao Covid-19.
A primitiva ocupação do Forte de Nossa Senhora da Graça, também referido como "Forte da Graça" ou "Forte Conde de Lippe", remonta a 1226, momento da conquista definitiva de Elvas por Sancho II de Portugal (1223-1248). No contexto da Guerra da Restauração (1640-1668), as tropas espanholas construíram um reduto no que restava da primeira construção, aí dispondo duas peças de artilharia que não cessaram de bombardear a Praça-forte de Elvas até à sua libertação, quando da batalha das Linhas de Elvas, em 14 de janeiro de 1659. Um século mais tarde, durante a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), a cidade sofreu novo sítio e neste contexto, o Marquês de Pombal chamou o marechal Friedrich Wilhelm Ernst zu Schaumburg-Lippe, conde de Lippe, para reorganizar o Exército português e comandar as tropas luso-britânicas. Com desenho deste militar, em 1763 deu-se início à construção de um forte sobre o monte da Graça. Os trabalhos estenderam-se até ao reinado de Maria I de Portugal, que inaugurou a obra em 1792.
Descrito como obra-prima da fortificação, o forte resistiu às tropas espanholas sob o comando de Manuel de Godoy durante a chamada Guerra das Laranjas (1801) e, mais tarde, no contexto da Guerra Peninsular, assistiu à invasão das tropas napoleónicas (1807), vindo a sofrer assédio por tropas anglo-lusas (1808) e pelas tropas do general Soult, que o bombardearam (1811), não chegando a tomá-lo. Na primeira metade do século XIX, possivelmente após a Guerra Civil (1828-1834), foi desartilhado, tendo muitas das suas peças dado entrada no Arsenal do Exército. Em 1856 foi criada no forte uma companhia de correção, dissolvida em 1894, quando foi criado um depósito disciplinar. Durante o Estado Novo Português, o forte albergou presos políticos, situação que se repetiu no período pós 25 de abril de 1974, nomeadamente no chamado "Verão Quente" (1975). Encontra-se classificado como Monumento Nacional pelo Decreto de 16 de junho de 1910, publicado no Diário do Governo n.º 136, de 23 de junho de 1910.
Após várias intervenções de reparação e manutenção, que remontam a 1960 e anos seguintes, o Forte de Nossa Senhora da Graça foi colocado à venda pelo Estado Português nos termos do Decreto-Lei nº 151/94 publicado no Diário da República, I Série, de 26 de maio de 1994. No início deste novo milénio, a fortificação encontrava-se em condições próximas da ruína, aguardando a sua cedência à Câmara Municipal de Elvas para intervenção de consolidação e restauro. O acordo com o Ministério da Defesa Nacional foi firmado em Junho de 2013, estipulando a sua cedência ao Município de Elvas por 40 anos. Após 11 meses de trabalho, com 220 trabalhadores a tempo inteiro, e um custo de 6,1 milhões de euros, em setembro de 2015 foram concluídas obras de conservação e restauro nas infraestruturas, requalificando as dependências do antigo forte como um museu militar. As portas foram abertas ao público a 27 desse mesmo mês, sendo oficialmente inauguradas em 27 de novembro com a presença do então presidente República, Aníbal Cavaco Silva.
O Forte de Nossa Senhora da Graça é composto por três distintas linhas defensivas, interdependentes, separadas por fossos profundos: o Reduto, a Magistral e as obras exteriores. A estrutura, de planta quadrangular com cento e cinquenta metros de lado, é completada por baluartes pentagonais nos vértices. Quatro pequenos revelins cobrem as cortinas, a meio das quais se inserem o portão monumental (Porta do Dragão) e três poternas. Sobre o portão principal, encontram-se o brasão de armas de Portugal e uma placa evocativa da visita de D. José I no ano de 1756, na companhia do marquês de Pombal e do conde de Lippe. O corpo central da praça apresenta um reduto elevado, de planta circular, com dois pavimentos abobadados. Externamente, a estrutura é completada por um hornaveque com seu revelim e poterna, e por um fosso seco, com dez metros de largura.
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