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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: "Serra ao Alto" | Rui Gaiola


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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Serra ao Alto”,
de Rui Gaiola
WOOL | Festival de Arte Urbana da Covilhã
Rua 6 de Setembro, Covilhã


Quem passa junto ao edifício com os números 53 a 61 da Rua 6 de Setembro, bem no centro histórico da Covilhã, percebe que o WOOL | Festival de Arte Urbana da Covilhã continua a investir seriamente nas mais diversas formas de intervenção artística no sentido de dar à Arte Urbana uma maior abrangência e trazê-la para mais perto das pessoas. Irrompendo das janelas dos dois pisos superiores, um conjunto de dez fotografias chamam a atenção de quem passa, pedindo para que sejam apreciadas em toda a sua dimensão e beleza. São imagens da autoria do covilhanense Rui Gaiola, fotógrafo de viagens e de paisagens, que retratam a Serra da Estrela no que ela tem de melhor, seja qual for a estação do ano. Para os mais familiarizados com o ponto mais alto de Portugal Continental, a observação das imagens e a interpretação das paisagens acarretará momentos de redescoberta verdadeiramente admiráveis. Para quem não conhece, ficará certamente a enorme vontade de ir à descoberta dos lugares e da fruição de espaços genuínos e puros, esmagadores na sua grandeza, pacificadores no seu silêncio, inspiradores na diversidade que abrigam.

Uma parte destas imagens está incluída no livro “I Wish I Could Drive These Roads Forever”, uma edição autoral de Janeiro de 2020 que Rui Gaiola apresentou no passado dia 26 de Setembro, no âmbito da 7ª edição do WOOL. Nascido da genuína paixão pelas viagens, lugares e aventuras, o livro reflecte o apelo da natureza num regresso às origens verdadeiramente necessário e urgente. Daí que o olhar de Rui Gaiola privilegie as viagens que o levam ao campo, às montanhas, às florestas. As viagens que o levam a rios e lagos, a aldeias e povoações, daquelas que se dizem perdidas mas onde se guarda a pureza das pessoas genuínas, onde os costumes não são massificados, onde é possível conhecer a crueza das pessoas reais, onde o local sobrevive ao global.

Rui Gaiola diz gostar de sítios e de estações do ano onde o clima possa ser uma incógnita e surpreende-lo. “Porque as nuvens, a chuva, o nevoeiro e a neblina matinal mostram-me os lugares de uma forma tão única e especial que o sol nunca conseguirá fazer”, diz. Daí estas suas imagens, todas em formato retrato, cruas na sua essência e completamente despidas de artificialismos. Um anti-cliché, assim as podemos considerar, assim as podemos apreciar e amar. Até quando estará patente a exposição, não o sabemos. Sujeita aos caprichos das intempéries e de tudo o mais que lhes possa suceder, as imagens irão sobreviver o tempo possível, no princípio de que toda a arte é efémera. Até lá, vão estando. Quando desaparecerem, a alternativa terá a mesma força de sempre: A serra é enorme e chama por nós.

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