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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Latitudes da Semelhança”,
de Isabel Nolasco
Museu Municipal de Fotografia João Carpinteiro, Elvas
“Sendo outra fui deles, desta gente que, com a generosidade que lhes conheci, mostraram-me aquilo que buscava com este trabalho: destacar as semelhanças mais do que as diferenças, mostrar as latitudes da semelhança, demonstrar que somos mais iguais do que diferentes. O que fotografei foram semelhanças nas diferenças num vasto mapa que nos aproxima mais do que nos afasta.”
de Isabel Nolasco
Museu Municipal de Fotografia João Carpinteiro, Elvas
“Sendo outra fui deles, desta gente que, com a generosidade que lhes conheci, mostraram-me aquilo que buscava com este trabalho: destacar as semelhanças mais do que as diferenças, mostrar as latitudes da semelhança, demonstrar que somos mais iguais do que diferentes. O que fotografei foram semelhanças nas diferenças num vasto mapa que nos aproxima mais do que nos afasta.”
No espaço carregado de história do antigo Cinema São Mateus, hoje Museu Municipal de Fotografia João Carpinteiro, em Elvas, vamos encontrar, por estes dias, a exposição de fotografia de Isabel Nolasco intitulada “Latitudes da Semelhança”. Constituída por 48 fotografias a preto e branco, a mostra é o resultado da viagem que a artista fez a Omã e ao Irão, em Agosto e Setembro de 2019. 40 dias e 40 noites, numa viagem enriquecedora a todos os títulos, “em cada clique um ritual de semelhanças num deserto de ignorância que aprendi a distinguir”, diz.
O tremendo choque cultural que Isabel Nolasco certamente viveu encontra-se aqui bem expresso por imagens. É talvez esse o grande mérito da fotógrafa nestas “Latitudes da Semelhança”, o de conseguir que cada imagem seja sentida pelo visitante e não apenas interpretada. É impossível não olhar para a sua fotografia sem apreciar os aspectos técnicos que lhe são inerentes, sobretudo esse preto e branco saturado que resulta extraordinariamente bem nos ambientes onde a luz rareia ou nas contrastantes zonas de sombra. Mas é naquele convite a que olhemos pelo visor da sua câmera, no fazer nosso o seu sentir, no ritmarmos pelo seu o bater do nosso próprio coração, que Isabel Nolasco se afirma como uma grande artista. É muito raro o estabelecimento de uma tão grande cumplicidade com o visitante. E isto não se explica; sente-se, apenas.
O Médio Oriente sempre foi e continuará a ser uma Meca para os fotógrafos de viagens. As diferenças culturais deixam de ser uma barreira quando a humildade e a hospitalidade das gentes nos dizem que nos aproximemos e, olhando-nos nos olhos, se oferecem sem máscaras, por inteiro. Como todos os fotógrafos de viagens, também Isabel Nolasco terá passado por essa experiência riquíssima, tirando o melhor partido de um rosto, de um gesto ou de uma paisagem. A diferença está no facto de a sua fotografia nos tocar de tal forma que nos transporta para o interior de cada imagem. Não nos limitamos a ficar à porta. Entre a alegria e o incómodo, a emoção e a dúvida, estas são fotografias com ruídos e cores e aromas aos quais não conseguimos escapar. Cada vez mais próximos, mais reconhecíveis. Cada vez mais nossos.
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