EXPOSIÇÃO: “No Brilho da Pele”,
de Julião Sarmento
Museu de Aveiro | Santa Joana
15 Jul > 27 Set 2020
Após percorrer um labirinto de corredores, penetramos na vastíssima sala de exposições temporárias do Museu de Aveiro | Santa Joana e o nosso olhar é imediatamente atraído para uma peça datada de 1993 e que tem por título “Cerco (2)”. Neste trabalho, duas figuras estáticas, uma mulher e um chimpanzé, surgem enclausuradas no interior de uma estrutura engradada. O posicionamento dos corpos insinua uma relação de submissão e poder na qual somos convidados a participar, observando do exterior os movimentos suspensos das criaturas encarceradas. Está dado o mote para “No Brilho da Pele”, conjunto de dez obras de várias dimensões e suportes que ilustram diferentes aproximações a temas como o desejo, o voyeurismo e a violência, centrais na prática do artista.
Explorando territórios ambíguos associados a gestos de sedução e transgressão, o trabalho de Julião Sarmento sedimenta-se sobre si próprio, tecendo uma rede de referências ao cinema, à literatura, à cultura popular, a episódios do quotidiano e, continuamente, à própria obra. A pele é repetidamente invocada no trabalho do artista e surge como um dos pontos de contacto entre várias obras apresentadas nesta exposição que estabelecem relações entre o carácter sensível do tecido vivo, o seu poder evocativo de um desejo carnal, e o seu valor enquanto matéria, como suporte para a sedimentação da memória.
Das peças em exposição, para além da já referida “Cerco (2)” e dessa correlação entre animalidade e humanidade, recorrente no trabalho do artista, destacaria “Areia (3)” onde se torna evidente a associação entre a essência e o artifício, “Noite Americana” onde o prazer de voar surge associado à vertigem da queda, “Dias de Escuro e de Luz – II (Jarro)”, palimpsesto que invoca o tempo e a memória e o políptico “Sic Vt Dolor Meus”, outro palimpsesto onde se repetem os gestos pendentes da misteriosa figura vestida de negro e que, a partir de determinada altura, se torna recorrente no trabalho do artista. , comissariado por Joana Valsassina e pertencente às colecção de Serralves, do Município de Aveiro e do próprio Julião Sarmento, “No Brilho da Pele” pode ser vista até ao dia 27 de Setembro. A entrada é livre.
de Julião Sarmento
Museu de Aveiro | Santa Joana
15 Jul > 27 Set 2020
Após percorrer um labirinto de corredores, penetramos na vastíssima sala de exposições temporárias do Museu de Aveiro | Santa Joana e o nosso olhar é imediatamente atraído para uma peça datada de 1993 e que tem por título “Cerco (2)”. Neste trabalho, duas figuras estáticas, uma mulher e um chimpanzé, surgem enclausuradas no interior de uma estrutura engradada. O posicionamento dos corpos insinua uma relação de submissão e poder na qual somos convidados a participar, observando do exterior os movimentos suspensos das criaturas encarceradas. Está dado o mote para “No Brilho da Pele”, conjunto de dez obras de várias dimensões e suportes que ilustram diferentes aproximações a temas como o desejo, o voyeurismo e a violência, centrais na prática do artista.
Explorando territórios ambíguos associados a gestos de sedução e transgressão, o trabalho de Julião Sarmento sedimenta-se sobre si próprio, tecendo uma rede de referências ao cinema, à literatura, à cultura popular, a episódios do quotidiano e, continuamente, à própria obra. A pele é repetidamente invocada no trabalho do artista e surge como um dos pontos de contacto entre várias obras apresentadas nesta exposição que estabelecem relações entre o carácter sensível do tecido vivo, o seu poder evocativo de um desejo carnal, e o seu valor enquanto matéria, como suporte para a sedimentação da memória.
Das peças em exposição, para além da já referida “Cerco (2)” e dessa correlação entre animalidade e humanidade, recorrente no trabalho do artista, destacaria “Areia (3)” onde se torna evidente a associação entre a essência e o artifício, “Noite Americana” onde o prazer de voar surge associado à vertigem da queda, “Dias de Escuro e de Luz – II (Jarro)”, palimpsesto que invoca o tempo e a memória e o políptico “Sic Vt Dolor Meus”, outro palimpsesto onde se repetem os gestos pendentes da misteriosa figura vestida de negro e que, a partir de determinada altura, se torna recorrente no trabalho do artista. , comissariado por Joana Valsassina e pertencente às colecção de Serralves, do Município de Aveiro e do próprio Julião Sarmento, “No Brilho da Pele” pode ser vista até ao dia 27 de Setembro. A entrada é livre.
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