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domingo, 1 de março de 2020

LUGARES: Museu do Aljube Resistência e Liberdade


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LUGARES: Museu do Aljube Resistência e Liberdade 
Rua de Augusto Rosa, Lisboa 
Horários | De terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00 
Preçário | Normal 3,00 € 
Site | https://www.museudoaljube.pt/ 


“Sem memória não há futuro”

Dedicado à história e à memória do combate à ditadura e ao reconhecimento da resistência em prol da liberdade e da democracia, o Museu do Aljube é um sítio musealizado e um museu histórico que pretende valorizar a memória de luta contra o regime ditatorial que dirigiu o país entre 1926 e 1974. O edifício, cujo nome Aljube deriva do árabe “poço sem água” ou “prisão”, permaneceu prisão eclesiástica até ao século XIX, altura em que foi transformado em prisão de mulheres. A partir de 1928, a ditadura militar destinou a prisão do Aljube a presos políticos e sociais, passando, com o tempo, a cadeia privativa da polícia política. Foi desactivada em 1965. 

A exposição permanente ocupa três dos cinco pisos que compõem o edifício e apresenta aos visitantes uma caracterização geral do regime ditatorial português, os seus meios de opressão sobre a população (através da Censura e da acção repressiva das polícias e dos tribunais políticos), os meios de resposta das oposições, semi-legais e clandestinas, e ainda aspectos da luta anti-colonial que induziu os militares ao derrube do regime por golpe militar, em 25 de Abril de 1974. 

No piso 1 é evocada a ascensão e queda dos fascismos e disponibilizada uma breve história de Portugal entre 1890 e 1976, mostrando igualmente exemplos do que foi a censura sobre os meios de comunicação social e a produção livreira e discográfica durante a ditadura (1926-1974). Segue-se a referência às "certezas indiscutíveis" do regime de Salazar ("Deus, Pátria e Família") e, em contraponto, a importância da imprensa clandestina, como único veículo de informação sobre o que realmente se passava no país e no mundo, assumindo a expressão livre de ideias e convicções. A par da clandestinidade, enquanto modo de resistência, ilustra-se o que foi a natureza tentacular da polícia política em Portugal e o papel dos tribunais políticos, meros executores das ordens da polícia e dos seus responsáveis. 

O Piso 2 dá a ver os modos de organização da resistência antifascista. De modo sucinto, resume-se aqui o funcionamento conjugado do poder policial e judicial da ditadura, mostrando as suas diferentes etapas a partir do momento em que alguém era detido. A complexa teia de prisões e campos de concentração instalados nas diferentes colónias, bem como a resistência dos homens e mulheres encarcerados, designadamente pela sua organização clandestina e pela preparação de fugas, são igualmente evocados neste piso. Finalmente recorda-se o isolamento prolongado em celas de dimensões mínimas (os curros ou gavetas) da Cadeia do Aljube, uma das práticas de tortura mais usada pela polícia política, tendo em vista destruir a capacidade de resistência dos presos. 

No Piso 3, o visitante pode conhecer aspetos marcantes do colonialismo, das lutas de libertação dos povos coloniais e da guerra colonial e, bem assim, da solidariedade de muitos portugueses com essa luta. Neste piso evocam-se ainda muitos opositores que ficaram pelo caminho, vítimas do sistema repressivo da ditadura. A conquista da liberdade e da democracia a 25 de Abril de 1974 foi, sem dúvida, como escreveu Sophia de Mello Breyner Andresen, o dia inicial inteiro e limpo. A exposição permanente termina com o empenhamento do Museu do Aljube na preservação e divulgação da Memória Histórica enquanto actos de Cultura e de Cidadania.

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