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VISITA GUIADA: Circuito das Fontes
Orientada por | Joel Cleto
Organização | Águas do Porto
Parque das Águas / Jardins de Nova
Sintra
11 Jan 2020 | sab | 15:00
Tendo por mote as “fontes do parque”, a segunda edição do Jardim da Água, evento promovido
pelas Águas do Porto, chamou aos Jardins de Nova Sintra um numeroso
grupo de interessados que, ao longo do dia, tiveram acesso a um
conjunto diverso de actividades. Pinturas faciais, iniciação à
Orientação, actuações, projecções, mercado tradicional e
visitas guiadas, foram apenas algumas das iniciativas propostas, sob um sol esplendoroso, num espaço arborizado de enorme beleza
e com uma vista deslumbrante sobre o rio Douro e toda a corda
oriental da cidade do Porto.
Com a duração aproximada de duas horas, a visita guiada ao “Circuito das Fontes” atraiu cerca de duas centenas de pessoas, saldando-se por um frutuoso momento de aprendizagem e de salutar convívio em torno de memórias históricas e afectivas de todo um património ligado à temática da água. Ao longo de um percurso relativamente curto, Joel Cleto levou os presentes numa viagem entre os inícios do século XVI e os nossos dias, ao encontro de alguns belíssimos exemplares de fontanários e chafarizes, outrora fundamentais na dinâmica da cidade e que, graças ao cuidado e à sensibilidade dos responsáveis camarários, aqui foram sendo instalados entre as décadas de 1930 e 1960, à medida que iam sendo retirados das ruas da cidade.
Com a duração aproximada de duas horas, a visita guiada ao “Circuito das Fontes” atraiu cerca de duas centenas de pessoas, saldando-se por um frutuoso momento de aprendizagem e de salutar convívio em torno de memórias históricas e afectivas de todo um património ligado à temática da água. Ao longo de um percurso relativamente curto, Joel Cleto levou os presentes numa viagem entre os inícios do século XVI e os nossos dias, ao encontro de alguns belíssimos exemplares de fontanários e chafarizes, outrora fundamentais na dinâmica da cidade e que, graças ao cuidado e à sensibilidade dos responsáveis camarários, aqui foram sendo instalados entre as décadas de 1930 e 1960, à medida que iam sendo retirados das ruas da cidade.
Contextualizando historicamente a
questão do fornecimento de água à cidade do Porto e realçando ser
a água canalizada nas nossas casas uma conquista civilizacional com
pouco mais de cem anos, o historiador começou por recuar cinco
séculos no tempo até ao Largo de S. Domingos, à época a mais vasta
praça do burgo medieval. Aí se encontrava um monumental chafariz, onde as
gentes da cidade iam beber e abastecer-se para poderem executar as
suas tarefas diárias, e que viria a ser substituído em 1845 por um
outro, com duas bicas e um tanque com capacidade para 6.500 litros,
embelezado por um formoso medalhão em granito com as armas da cidade
e que pode ser visto agora à entrada do Parque das Águas.
Mas nem só a água canalizada ao domicílio veio acelerar o declínio destas peças tão belas quanto úteis, porquanto questões de salubridade e o próprio desenvolvimento urbanístico da cidade determinaram a sua desactivação e remoção. Foi ao seu encontro que a visita prosseguiu, permitindo apreciar, sucessivamente, a Fonte de Cedofeita, a Fonte do Ribeirinho ou dos Ablativos, a quinhentista Fonte do claustro do Mosteiro de S. Bento de Avé Maria (cuja coluna renascentista é um dos primeiros exemplares do género no nosso país), a Arca do Anjo (que servia o Mercado do Anjo, actual Jardim das Oliveiras, junto à Torre dos Clérigos) e a Arca de S. Isidro, a Fonte da Feira dos Carneiros, a 1ª Fonte da Arrábida e ainda um belíssimo exemplar de arte contemporânea, sob a forma de fonte - da autoria de Julião Sarmento e designado “Self-portrait fountain” (Julho de 2017) – e que faz parte da Rota da Água do Mapa de Arte Pública da cidade.
Mas nem só a água canalizada ao domicílio veio acelerar o declínio destas peças tão belas quanto úteis, porquanto questões de salubridade e o próprio desenvolvimento urbanístico da cidade determinaram a sua desactivação e remoção. Foi ao seu encontro que a visita prosseguiu, permitindo apreciar, sucessivamente, a Fonte de Cedofeita, a Fonte do Ribeirinho ou dos Ablativos, a quinhentista Fonte do claustro do Mosteiro de S. Bento de Avé Maria (cuja coluna renascentista é um dos primeiros exemplares do género no nosso país), a Arca do Anjo (que servia o Mercado do Anjo, actual Jardim das Oliveiras, junto à Torre dos Clérigos) e a Arca de S. Isidro, a Fonte da Feira dos Carneiros, a 1ª Fonte da Arrábida e ainda um belíssimo exemplar de arte contemporânea, sob a forma de fonte - da autoria de Julião Sarmento e designado “Self-portrait fountain” (Julho de 2017) – e que faz parte da Rota da Água do Mapa de Arte Pública da cidade.
Porque os “caminhos da história”
são vastos e ramificados, cada um dos exemplares visitados serviu de
pretexto para um conjunto de abordagens paralelas. No seu jeito muito
próprio de contar a História, Joel Cleto falou dos
aguadeiros que, vindos da Galiza, aqui se estabeleceram e desenvolveram
essa actividade, da Compagnie Générale des Eaux por
l'Étranger a quem são devidos os primeiros trabalhos de canalização
das águas dos rios Sousa e Ferreira para as casas dos portuenses (a “água da companhia”), a imposição do Estado
Novo, em 1940, para que o brasão de armas da cidade deixasse de
ostentar a coroa e o dragão, as muito recomendáveis Águas Férreas
e as “virtudes” de certas águas termais, os bombardeamentos ao
Convento de S. Francisco durante o Cerco do Porto, a vasta zona
pantanosa sobre a qual foi erigido o Mercado do Bolhão, a 2ª Fonte
da Arrábida ou essas verdadeiras “áreas de serviço” que eram o
Campo Grande (actual Campo 24 de Agosto) ou o Largo dos Ferradores
(actual Praça de Carlos Alberto). Com a visita a chegar ao fim,
ficou o convite à participação em novas iniciativas do género,
sempre da responsabilidade das Águas do Porto, orientadas por Joel
Cleto e com a água a correr ao nosso encontro.
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