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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA:
“Tête-à-Tête – Retratos”,
de Henri Cartier-Bresson
Alfândega do Porto
31 Out 2019 > 12 Abr 2020
“Fotografar é colocar na mesma linha
a cabeça, o olhar e o coração”.
Ao longo da sua longa carreira, Henri
Cartier-Bresson produziu uma infinidade de retratos, tanto de gente
anónima como de muitas personalidades conhecidas. Em 1998, para o
seu livro “Tête à Tête”, revisitou milhares de negativos e
escolheu os 121 retratos que constituem a exposição que pode, por
estes dias, ser vista pela primeira vez em Portugal, mais
propriamente no edifício da Alfândega do Porto. As primeiras
imagens desta série foram criadas nos anos 1930, o período durante
o qual o artista compra a sua primeira Leica e viaja através da
Europa com o amigo André Pieyre de Mandiargues, inaugurando o
processo de construção do seu estilo fotográfico. Imbuídos de
serenidade, os últimos retratos foram tirados no final da sua
carreira fotográfica, quando Cartier-Bresson decide abandonar a
fotografia para se entregar à sua primeira paixão: o desenho.
Neste período que abarca cinco décadas
de produção artística, o fotógrafo do “instante decisivo”
registou com a sua câmara algumas das figuras emblemáticas do
século XX, pessoas que, sozinhas entre mil, verão a sua imagem
entrar para a história. “Tête-à-Tête – Retratos” reproduz
uma seleção deslumbrante das imagens mais inesquecíveis de Henri
Cartier-Bresson, nelas se desvendando personalidades tão diversas
como Carl Jung, Marilyn Monroe, Truman Capote, Pablo Picasso, Simone
de Beauvoir, Alberto Giacometti, Susan Sontag, Édith Piaf, Coco Chanel, Martin
Luther King, Jean-Paul Sartre, Che Guevara, Ezra Pond ou o Dalai
Lama. Ao lado dos famosos, porém, vamos encontrar retratos anónimos
de homens e mulheres comuns, escolhidos pelo seu caráter marcante e
incomum, do eunuco da Corte Imperial da última dinastia de Pequim às
prostitutas da Cidade do México.
O traço de união entre as pessoas
comuns e as celebridades é que todas elas, ao serem focadas pelo
fotógrafo, dão a nítida impressão de que mantiveram com ele um
encontro único, directo e inteiramente pessoal. Esta será,
porventura, uma das mais interessantes leituras desta exposição,
mas não deixa de ser notável o facto de reconhecermos imediatamente
uma boa parte destas imagens, tantas vezes passaram ante o nosso
olhar, nos mais diversos suportes e nas ocasiões mais díspares.
São, por isso mesmo, imagens icónicas, cuja revisitação é sempre
feita com um novo olhar e, como tal, acrescenta-lhes interesse,
conhecimento e admiração. Vale a pena demorarmo-nos em cada um
destes retratos, beber a sua circunstância, mas também perceber um
pouco mais da história do artista e do seu “modus operandi”,
fixando-nos nas tábuas cronológicas e nos documentários à nossa
disposição. Por tudo isto – e o muito mais que cada espectador
verá ou intuirá -, percebe-se que “Tête-à-Tête – Retratos”
é uma exposição a não perder!
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