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domingo, 3 de novembro de 2019

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: "Tête-à-Tête - Retratos"


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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Tête-à-Tête – Retratos”,
de Henri Cartier-Bresson
Alfândega do Porto
31 Out 2019 > 12 Abr 2020


“Fotografar é colocar na mesma linha a cabeça, o olhar e o coração”.

Ao longo da sua longa carreira, Henri Cartier-Bresson produziu uma infinidade de retratos, tanto de gente anónima como de muitas personalidades conhecidas. Em 1998, para o seu livro “Tête à Tête”, revisitou milhares de negativos e escolheu os 121 retratos que constituem a exposição que pode, por estes dias, ser vista pela primeira vez em Portugal, mais propriamente no edifício da Alfândega do Porto. As primeiras imagens desta série foram criadas nos anos 1930, o período durante o qual o artista compra a sua primeira Leica e viaja através da Europa com o amigo André Pieyre de Mandiargues, inaugurando o processo de construção do seu estilo fotográfico. Imbuídos de serenidade, os últimos retratos foram tirados no final da sua carreira fotográfica, quando Cartier-Bresson decide abandonar a fotografia para se entregar à sua primeira paixão: o desenho.

Neste período que abarca cinco décadas de produção artística, o fotógrafo do “instante decisivo” registou com a sua câmara algumas das figuras emblemáticas do século XX, pessoas que, sozinhas entre mil, verão a sua imagem entrar para a história. “Tête-à-Tête – Retratos” reproduz uma seleção deslumbrante das imagens mais inesquecíveis de Henri Cartier-Bresson, nelas se desvendando personalidades tão diversas como Carl Jung, Marilyn Monroe, Truman Capote, Pablo Picasso, Simone de Beauvoir, Alberto Giacometti, Susan Sontag, Édith Piaf, Coco Chanel, Martin Luther King, Jean-Paul Sartre, Che Guevara, Ezra Pond ou o Dalai Lama. Ao lado dos famosos, porém, vamos encontrar retratos anónimos de homens e mulheres comuns, escolhidos pelo seu caráter marcante e incomum, do eunuco da Corte Imperial da última dinastia de Pequim às prostitutas da Cidade do México.

O traço de união entre as pessoas comuns e as celebridades é que todas elas, ao serem focadas pelo fotógrafo, dão a nítida impressão de que mantiveram com ele um encontro único, directo e inteiramente pessoal. Esta será, porventura, uma das mais interessantes leituras desta exposição, mas não deixa de ser notável o facto de reconhecermos imediatamente uma boa parte destas imagens, tantas vezes passaram ante o nosso olhar, nos mais diversos suportes e nas ocasiões mais díspares. São, por isso mesmo, imagens icónicas, cuja revisitação é sempre feita com um novo olhar e, como tal, acrescenta-lhes interesse, conhecimento e admiração. Vale a pena demorarmo-nos em cada um destes retratos, beber a sua circunstância, mas também perceber um pouco mais da história do artista e do seu “modus operandi”, fixando-nos nas tábuas cronológicas e nos documentários à nossa disposição. Por tudo isto – e o muito mais que cada espectador verá ou intuirá -, percebe-se que “Tête-à-Tête – Retratos” é uma exposição a não perder!

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