CINEMA: “Agradar, Amar e Correr
Depressa” / “Plaire, Aimer et Courir Vite”
Realização | Christophe Honoré
Argumento | Christophe Honoré
Fotografia | Rémy Chevrin
Montagem | Chantal Hymans
Interpretção | Vincent Lacoste,
Pierre Deladonchamps, Denis Podalydès, Adèle Wismes, Thomas
Gonzalez, Clément Métayer, Quentin Thébault, Tristan Farge, Sophie
Letourneur
Produção | Philippe Martin, David
Thion
França | 2018 | Drama, Romance |
132 minutos | Maiores de 16
Cinema Dolce Espaço
29 Mai 2019 | qua | 16:00
É sempre estimulante, no meio de tanto
efeito visual, tanta areia para os olhos, poder desfrutar dum filme
com um cunho vincadamente humanista, sem artificialismos, como é o
caso de “Agradar, Amar e Correr Depressa”. Isto não significa,
necessariamente, que a última grande metragem de Christophe Honoré
seja um grande filme. É, antes, uma dessas obras que têm um
inegável valor histórico e podem constituir um bom ponto de partida
quando se trata de olhar para trás e perceber o que foi o flagelo da
SIDA no seu pior período, os anos noventa.
O grande problema de que enferma
“Agradar, Amar e Correr Depressa” nem será a sua longa duração,
mas antes a forma como Christophe Honoré lida com a métrica do
filme. Para nos falar da relação entre um escritor infectado com o
vírus HIV e um jovem com uma homossexualidade latente, o realizador
prefere não olhar com particular atenção cada um dos protagonistas
individualmente, antes ir pela via mais fácil, deixando pistas ao
espectador que não são mais do que autênticos clichés.
É este tipo de decisões, mais
próprias de um debutante do que de um cineasta com quase vinte anos
de carreira e doze longas metragens no activo, que mancham, em certa
medida, o filme. Reconhece-se nele valor, é uma obra que rejeita o
sentimentalismo barato e que se vê com agrado, que a espaços
oferece momentos delicados e de enorme significado, mas que acaba por
se revelar menos ambiciosa do que seria suposto à partida. Ainda
assim, “Agradar, Amar e Correr Depressa” não é tempo perdido e
merece ser visto!
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