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quarta-feira, 29 de maio de 2019

CINEMA: "Agradar, Amar e Correr Depressa"



CINEMA: “Agradar, Amar e Correr Depressa” / “Plaire, Aimer et Courir Vite”
Realização | Christophe Honoré
Argumento | Christophe Honoré
Fotografia | Rémy Chevrin
Montagem | Chantal Hymans
Interpretção | Vincent Lacoste, Pierre Deladonchamps, Denis Podalydès, Adèle Wismes, Thomas Gonzalez, Clément Métayer, Quentin Thébault, Tristan Farge, Sophie Letourneur
Produção | Philippe Martin, David Thion
França | 2018 | Drama, Romance | 132 minutos | Maiores de 16
Cinema Dolce Espaço
29 Mai 2019 | qua | 16:00


É sempre estimulante, no meio de tanto efeito visual, tanta areia para os olhos, poder desfrutar dum filme com um cunho vincadamente humanista, sem artificialismos, como é o caso de “Agradar, Amar e Correr Depressa”. Isto não significa, necessariamente, que a última grande metragem de Christophe Honoré seja um grande filme. É, antes, uma dessas obras que têm um inegável valor histórico e podem constituir um bom ponto de partida quando se trata de olhar para trás e perceber o que foi o flagelo da SIDA no seu pior período, os anos noventa.

O grande problema de que enferma “Agradar, Amar e Correr Depressa” nem será a sua longa duração, mas antes a forma como Christophe Honoré lida com a métrica do filme. Para nos falar da relação entre um escritor infectado com o vírus HIV e um jovem com uma homossexualidade latente, o realizador prefere não olhar com particular atenção cada um dos protagonistas individualmente, antes ir pela via mais fácil, deixando pistas ao espectador que não são mais do que autênticos clichés.

É este tipo de decisões, mais próprias de um debutante do que de um cineasta com quase vinte anos de carreira e doze longas metragens no activo, que mancham, em certa medida, o filme. Reconhece-se nele valor, é uma obra que rejeita o sentimentalismo barato e que se vê com agrado, que a espaços oferece momentos delicados e de enorme significado, mas que acaba por se revelar menos ambiciosa do que seria suposto à partida. Ainda assim, “Agradar, Amar e Correr Depressa” não é tempo perdido e merece ser visto!

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