CINEMA: “O Meu Amigo Pete” / “Lean on Pete”
Realização | Andrew Haigh
Argumento |Andrew Haigh, Willy Vlautin
Fotografia | Magnus Nordenhof Jønck
Montagem |Jonathan Alberts
Interpretação | Charlie Plummer, Amy Seimetz, Travis Fimmel, Steve Buscemi, Ayanna Berkshire, Connor Brenes, Chloë Sevigny
Produção | Tristan Goligher
Reino Unido, França | 2017 | Drama | 121 Minutos | M/14
Cinema Dolce Espaço
07 Jul 2018 | sab | 18:30
Argumento |Andrew Haigh, Willy Vlautin
Fotografia | Magnus Nordenhof Jønck
Montagem |Jonathan Alberts
Interpretação | Charlie Plummer, Amy Seimetz, Travis Fimmel, Steve Buscemi, Ayanna Berkshire, Connor Brenes, Chloë Sevigny
Produção | Tristan Goligher
Reino Unido, França | 2017 | Drama | 121 Minutos | M/14
Cinema Dolce Espaço
07 Jul 2018 | sab | 18:30
Adaptação
do romance homónimo, de Willy Vlautin, “Lean on Pete” conta a
história de Charley (Charlie Plummer), um adolescente acabado de
chegar a uma pequena cidade do Oregon, na companhia do pai. A
descoberta dum hipódromo próximo de casa leva-o a conhecer Del
Montgomery, proprietário de cavalos de corrida, e também Lean on
Pete, um cavalo dócil mas em “fim de vida”, prestes a ser
vendido para abate. Da cumplicidade entre o rapaz e o cavalo, à fuga
de ambos para o estado vizinho do Wyoming, onde vive uma tia de
Charley, irá um pequeno passo feito de dúvida e mágoa, desespero e
solidão.
Questionando o paradigma familiar numa sociedade
egoísta e onde tudo parece ser descartável, Andrew Haigh
oferece-nos uma visão terna e delicada do percurso iniciático da
adolescência em busca dum ponto de equilíbrio ou, se quisermos, do
sentido da vida. Graças a um argumento envolvente e subtil, o
realizador tem o grande mérito de obrigar o espectador a olhar de forma
empática para a personagem principal, convidando-o a partilhar os
seus possíveis erros na avaliação das situações e nas tomadas de
iniciativa, a sua ingenuidade, mas também a força do seu carácter.
Sem cair no melodrama ou no excesso, Haigh limita-se a expor os
acontecimentos, deixando ao espectador esse lado da descoberta dos
dissabores que Charley vai enfrentando.
Figura solitária
antes mesmo de se ver abandonada à sua sorte, Charley
metamorfoseia-se à medida que vai interagindo com quem se cruza no
seu caminho. Como se de um “road movie” se tratasse, é nesse percurso de fuga para
a frente, ritmado pela ligação crescente a (Lean on) Pete,
involuntário companheiro de fuga e improvável confidente, que se
percebe o quão vazio é o mundo de Charley e o quão necessitado
está de amor e de diálogo. Excelente drama sobre o crescimento
forçado dum adolescente face a um conjunto de circunstâncias
trágicas e inesperadas, “Lean on Pete” é um estudo sóbrio mas
acutilante sobre a solidão, que não deixa ninguém indiferente.
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