TEATRO: “O Senhor Pina”,
de
Álvaro Magalhães
Encenação | João Luiz
Encenação | João Luiz
Dramaturgia
| Maria João Reynaud
Cenografia | João Calvário
Cenografia | João Calvário
Interpretação | Patrícia Queirós,
Jorge Mota e Gilberto Bernardes (músico)
Produção | Pé de Vento, Teatro
Nacional S. João
Teatro Carlos Alberto
11 Mai 2018 | sex | 15:00
11 Mai 2018 | sex | 15:00
“Que bom é pensar em outras coisas
E
olhar para as coisas noutra posição.
As coisas sérias que
cómicas que são
Com o céu para baixo e para cima o chão.”
A completar quatro décadas de actividade, a companhia de teatro Pé de Vento leva à cena “O Senhor Pina”, homenageando o poeta, cronista e autor de livros para a infância, Manuel António Pina, um homem que escreveu para a companhia mais de 30 originais. O espectáculo é, pois, uma bela e sentida homenagem ao cúmplice de inúmeras aventuras, ao companheiro incansável de inesquecíveis jornadas, ao amigo de todas as horas.
Com o céu para baixo e para cima o chão.”
A completar quatro décadas de actividade, a companhia de teatro Pé de Vento leva à cena “O Senhor Pina”, homenageando o poeta, cronista e autor de livros para a infância, Manuel António Pina, um homem que escreveu para a companhia mais de 30 originais. O espectáculo é, pois, uma bela e sentida homenagem ao cúmplice de inúmeras aventuras, ao companheiro incansável de inesquecíveis jornadas, ao amigo de todas as horas.
Adaptação para o palco do livro com o
mesmo nome, escrito por Álvaro Magalhães já após a morte de
Manuel António Pina, “O Senhor Pina” revela, com ternura e
ironia, pedaços da vida do escritor, aqui acompanhado pelo seu
alter-ego Puff, “um urso com poucos miolos”, saído das páginas
de “As Aventuras de Joanica Puff”, um clássico da literatura
para a infância de A. A. Milne ao qual Manuel António Pina se
referia constantemente como o seu livro preferido. “O Senhor Pina”
conta-nos “um bocadinho” desta grande história cheia de pequenos
segredos, “sonhos de glória, esperanças, ânsias”, recuperando
o tom irónico e provocador que caracterizava Manuel António Pina,
um homem que gostava de brincar com as palavras.
Sente-se neste espectáculo a enorme
cumplicidade, por um lado, entre Manuel António Pina e Álvaro
Magalhães, dando origem a um texto riquíssimo de sentido e emoções
e, por outro lado, entre a parte escrita e a seu consequente cénica,
fruto duma interpretação sóbria de Jorge Mota e Patrícia Queirós,
num palco simultaneamente casa e rua, resultado dum trabalho cénico de grande simplicidade e beleza. É uma peça onde as
palavras são colocadas na brincadeira, revelando o escritor e o seu
quotidiano, a forma como via o mundo e lidava com as mais variadas
situações. Escutar as palavras de Álvaro Magalhães
na voz dos actores resulta numa aproximação à figura de Manuel
António Pina, tranquilamente sentado no seu sofá preferido, rodeado
de gatos. Manuel António Pina morreu, mas o Senhor Pina continua
connosco.
“É tudo verdade e não. E é tudo imaginação.”
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