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terça-feira, 10 de abril de 2018

LUGARES: Palácio da Bolsa



LUGARES: Palácio da Bolsa
Rua Ferreira Borges, Porto
Horário | Novembro a Março: das 09:00 às 13:00 e das 14:00 às 17:30. Abril a Outubro: das 09:00 às 18:30. A visita, obrigatoriamente guiada, tem uma duração aproximada de 45 minutos sendo o idioma marcado consoante ordem de chegada (idiomas: Português, Espanhol, Francês, Inglês)
Ingresso | Visita guiada (adulto): 9,00 €


Talvez valha a pena começar este “passeio” ao Palácio da Bolsa com uma informação que pode ser particularmente útil: Se pretende visitar este que é um dos locais emblemáticos da cidade do Porto - Declarado Monumento Nacional por Decreto-Lei de 26 de Fevereiro de 1982 - e também um dos mais procurados, reserve antecipadamente a visita. Caso não o faça, corre o risco de “penar” largos minutos numa fila que, na sua parte final, ocupa um espaço exíguo e se torna particularmente ruidosa e incómoda. É que o local é procurado por visitantes de todo o mundo, ascendendo aos 300.000 por ano e, por isso, aqui fica a sugestão de quem não reservou… e penou!

Sede e propriedade da Associação Comercial do Porto, o Palácio da Bolsa foi edificado no espaço outrora ocupado pelo Convento de S. Francisco, destruído por um pavoroso incêndio na noite de 24 de Julho de 1832, em pleno cerco do Porto. Dois anos mais tarde é concedida autorização régia ao corpo do comércio da cidade do Porto para utilização do convento em ruínas, com vista à instalação do Tribunal do Comércio e da Associação Comercial, mas teremos de esperar pelo dia 6 de Outubro de 1842, para assistirmos à colocação da primeira pedra do novo edifício, sob a presidência de José Henriques Soares, Barão de Ancede.

Com projecto geral da autoria do arquitecto Joaquim da Costa Lima e construído ao longo de quase 70 anos, o Palácio da Bolsa apresenta em todo o seu esplendor traços do neoclássico oitocentista. Gustavo Adolpho Gonçalves e Sousa, Tomás Augusto Soller, Araújo Júnior, Silva Pereira, Marques da Silva, Luigi Manini, António Ramalho, António Carneiro, Veloso Salgado, Marques de Oliveira, Soares dos Reis, Eduardo Malta, Teixeira Lopes ou Henrique Medina, para além do já referido Joaquim da Costa Lima, foram apenas alguns dos nomes que contribuíram para a construção deste emblemático espaço, cujas obras foram dadas por concluídas em 1909, por ocasião da visita do rei D. Manuel II à cidade. Com a implementação da República, a 5 de Outubro de 1910, o Palácio da Bolsa é inventariado e desocupado e só em 1918, durante a governação de Sidónio Pais, o edifício virá a ser devolvido à Associação Comercial do Porto.

A visita tem uma duração aproximada de 45 minutos e percorre as inúmeras salas e pátios que fazem deste palácio um exemplar único em Portugal. Com início no Pátio das Nações e término no imponente Salão Árabe, o percurso convida-nos a apreciar a Sala do Tribunal, Sala Dourada, Sala das Assembleias Gerais e Sala dos Retratos, entre outros, dando a ver o valioso mobiliário, os estuques decorativos, o detalhe dos soalhos marchetados e embutidos, os brasões e representações heráldicas, as esculturas e telas de óleos e frescos dos grandes mestres portugueses. O Gabinete de Gustavo Eiffel, o primeiro telégrafo usado em Portugal para fins comerciais, um termómetro que mostra a temperatura adequada para a eclosão dos bichos da seda, a famosa mesa do entalhador Zeferino José Pinto que levou três anos a ser construída ou o retrato de D. Carlos I, vandalizado com dois tiros de pistola no período conturbado que se seguiu à implantação da República, são igualmente motivos de interesse numa visita que é uma verdadeira aula de História. A não perder!

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