EXPOSIÇÃO: “Modernismo
Brasileiro na Coleção da Fundação Edson Queiroz”
Museu Coleção Berardo, CCB Lisboa
26 Out 2017 > 11 Fev 2018
Embora a mostra “Modernismo Brasileiro na Coleção da Fundação Edson Queiroz” tenha já encerrado, não posso deixar de falar nela, não apenas pela homenagem às diversas vertentes e
influências do Modernismo Brasileiro que encerra como, ao mesmo tempo, pela grande aposta em levar o
público português a conhecer a trajectória de artistas brasileiros
do período de 1920 a 1960. Pela primeira vez fora do Brasil, a mostra esteve
patente no Museu Coleção Berardo ao longo de três meses e meio,
contando com uma selecção apurada de 76 obras pertencentes à Coleção
da Fundação Edson Queiroz.
Inserindo o público na atmosfera
modernista do espaço, a mostra dividiu-se em seis núcleos,
associando a trajectória dos artistas ao contexto histórico e
artístico em que viveram. Entre as pinturas e esculturas presentes
na exposição, encontram-se obras que vão da primeira fase moderna
no Brasil, ainda com formação europeia – como Lasar Segall,
Flávio de Carvalho, Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro e
Victor Brecheret – até ao aparecimento do manifesto neoconcreto
carioca, já na segunda metade do século XX. O percurso expositivo
inclui também artistas interessados na busca de um imaginário
próprio para o país, como Tarsila do Amaral, Cícero Dias, Di
Cavalcanti e Candido Portinari. Depois, aponta para as novas
vertentes abstractas e formais do pós-guerra, cujos representantes
são Alfredo Volpi, José Pancetti e Maria Leontina.
Seguindo cronologicamente, a exposição
apresenta obras de integrantes do Grupo Frente e do Grupo Ruptura,
que acompanharam um novo momento da arte brasileira, marcado pelo
aparecimento dos Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de São
Paulo, e da Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. A exposição
encerra com a produção das décadas de 1950 e 1960, revelando uma
diversidade de expressões artísticas, tão evidentes nas obras de
Ivan Serpa, Tomie Ohtake e do próprio Iberê Camargo, como nas
propostas radicais de artistas que tinham participado no movimento
neo-concreto carioca. Trata-se do momento em que uma completa revisão
de paradigmas se opera e a arte brasileira toma novos rumos,
aproximando-se da chamada arte conceptual.
[Texto baseado no folheto que acompanha
a exposição e que pode ser consultado em
http://pt.museuberardo.pt/sites/default/files/documents/20102017_fs_modernismopt.pdf]
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