EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Danos Colaterais”
Agence France-Press
Organização | Museu de Lamas e Basqueiro – Associação Cultural
Museu de Lamas
18 Mai > 18 Ago 2024
Fundada em Agosto de 1944 e herdeira da agência noticiosa Havas, a Agencia France-Press é, ao lado das americanas Associated Press e Reuters, uma das três principais agências de notícias globais. Assente nos valores do rigor, da independência e da isenção, a sua missão é fornecer uma cobertura rápida, completa e factualmente comprovada dos temas que moldam o nosso quotidiano. À qualidade da vertente informativa e ao serviço prestado a um universo de meios de comunicação, empresas, instituições e plataformas digitais distribuídos por cento e cinquenta países, acrescenta a Agencia France-Press a luta contra a desinformação, o cuidado colocado na verificação dos factos e, também, o toque humano trazido às suas reportagens. Fruto da excelência do seu trabalho, são inúmeros os fotojornalistas da Agência distinguidos com os mais variados prémios em todo o mundo, o último dos quais, o palestiniano Said Khatib, galardoado no passado mês de Julho com o prestigiado Prémio Mingote, atribuído pela agência espanhola ABC “pelo seu trabalho de denúncia do sofrimento da população civil em Gaza”.
Desconheço se Said Khatib é um dos fotógrafos representados na Exposição / Instalação Artística “Danos Colaterais”, que até 18 de Agosto pode ser vista na outrora conhecida como “Sala da Cortiça” do espaço lamacense. Nenhuma das vinte e duas fotografias expostas estão identificadas com o seu autor, mas isso não lhes retira intensidade ou significado. Cedidas na sua totalidade pela Agência France-Presse, na sequência de uma selecção criteriosa e exclusiva do trabalho de vários dos seus fotojornalistas que desde a primeira hora acompanham o conflito, “Danos Colaterais” fala-nos do massacre diário de vidas inocentes. O conflito armado que, desde Outubro de 2023, fustiga o povo palestiniano, é o tema de uma mostra capaz de nos recordar, mediante a conjugação de imagens fortemente impactantes – num espaço povoado de destroços ou despojos reunidos para enquadrar as imagens em questão –, que a indiferença potencializa a barbárie.
Depois de “Living Among What’s Left Behind”, do fotojornalista Mário Cruz, premiada pela World Press Photo, assim como “A Rota do Mediterrâneo”, também da Agência France-Press, distinguida pela Associação Portuguesa de Museologia com o Prémio de Exposição Temporária do Ano em 2022, o Museu de Lamas e a Basqueiro - Associação Cultural voltam a oferecer-nos um conjunto de imagens destinado a abalar consciências e a exigir acções imediatas para pôr fim ao genocídio levado a cabo por Israel sobre o povo Palestiniano. Utilizar a arte, não apenas como mero meio de entretenimento dos sentidos, mas também como veículo para a consciencialização e debate de ideias sobre questões incontornáveis do nosso tempo é o grande objectivo desta mostra. Obedecendo a um firme propósito, a escolha das imagens cola-se ao respeito pela verdade, obrigando-nos a viver e sentir a dor mais intensa, o sofrimento mais atroz. Prepare-se o visitante para olhar de frente estes rostos e encontrar neles um outro igual a si. Entre o horror e a compaixão, depois de ver estas imagens sairemos todos daqui pessoas diferentes.
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