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terça-feira, 6 de junho de 2023

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: "Inter-Relações"


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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Inter-Relações”,
de Matilde Viegas e Uwa Iduozee
Curadoria | Jayne Dyer, Virgílio Ferreira
Bienal ‘23 Fotografia do Porto
Estação do Metro de São Bento
18 Mai > 02 Jul 2023


Decorre até ao dia 02 de Julho, em catorze espaços da cidade do Porto, a 3ª edição da Bienal Fotografia do Porto. Subordinada ao tema “Actos de Empatia”, a Bienal ‘23 pretende afirmar a capacidade coletiva e individual para sentir, colaborar e impulsionar mudanças por meio de actos artísticos que promovam relações saudáveis entre indivíduos e grupos. É na afirmação deste paradigma que podemos apreciar, no belíssimo espaço da Estação de Metro de São Bento, a exposição “Inter-Relações”, que cruza os olhares de Matilde Viegas e Uwa Iduozee em projectos pessoais mas fortemente conectados entre si.

“Inter-relações” decorre das residências artísticas desenvolvidas nos bairros portuenses do Lagarteiro e do Cerco, enquanto olhar sobre o desfavorecimento e o empoderamento através do retrato. De Matilde Viegas podemos ver um conjunto de imagens agrupadas sob o título “Uma Família Só Minha”, reveladoras da força que emerge de um espaço seguro, entre quatro paredes brancas, onde jovens raparigas do Bairro do Lagarteiro se reúnem diariamente para momentos de partilha e conexão emocional, transformando a vulnerabilidade num caminho de emancipação. A mostra regista visualmente a subtileza desses processos de emancipação feminina que se constroem a par da amizade e se revelam actos de resistência a uma realidade contrária à vida imaginária que ali se alicerça.

Ainda não, mas gosto de pintar”, de Uwa Iduozee, afirma-se como sujeito e complemento de “Inter-Relações”, sublinhando o poder do sonho, da imaginação e da comunidade como força transformadora. Através de um conjunto de retratos intimistas, o projeto da fotógrafa estabelece-se no Bairro do Cerco e aborda o processo de crescimento dos seus jovens, desconstruindo questões de auto-perceção, contrariando o sentido de segregação e revelando o potencial transformador da emancipação juvenil. São imagens com uma forte carga afectiva e emocional, que pedem que reparemos nelas, ao mesmo tempo que convocam a reflexão sobre noções de comunidade, cumplicidade ou futuro.

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