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domingo, 2 de outubro de 2022

CERTAME: Encontros da Imagem - Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais 2022


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CERTAME: Encontros da Imagem - Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais 2022
Braga, Barcelos, Guimarães, Porto e Avintes (vários locais)
16 Set > 30 Out 2021


Buscar no outro a força que não temos em nós, criar correntes fortes e solidárias capazes de transpor barreiras e derrubar muros, alargar o nosso espaço, tanto físico como mental, e partir para a transformação do mundo, fazendo dele um lugar mais justo, livre e fraterno, tal é o ponto de partida da presente edição dos Encontros da Imagem de Braga. É um mundo utópico este, um mundo inalcançavel, mas que tem esta coisa fantástica de apontar caminhos e dizer-nos por onde devemos ir. A prová-lo estão pequenos conjuntos de imagens que, sob a lente dos fotógrafos, nos apresentam as lojas-casa da Chinatown de Banguecoque, nos fazem caminhar lado a lado com as resilientes mulheres afegãs, nos transportam da sombra das Pirâmides à violência nas ruas e avenidas do Cairo ou nos mergulham no bairro Hadar de Haifa, onde vegeta uma comunidade de requerentes de asilo eritreus. São “lugares comuns”, dos que neles habitam mas também nossos, enquanto fonte de experiências transversais à condição humana, de episódios vividos em grupo, de acontecimentos que nos unem muito mais do que separam.

“Lugares Comuns” é o tema da trigésima segunda edição dos Encontros da Imagem - Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais, que até ao próximo dia 30 de Outubro nos dão a ver um total de cinquenta exposições, divididas por vinte e seis espaços das cidades de Braga, Guimarães, Barcelos, Porto e Avintes. No seu conjunto, quase uma centena de fotógrafos expõe os seus trabalhos, oferecendo-nos a possibilidade de prosseguir o caminho de nos encontrarmos no reflexo da nossa identidade, da nossa cultura e da nossa história. Com a holandesa Lena Holzer, o turco Ci Demi, a francesa Laurie Andrillon, a norte-americana Elizabeth Pedinotti Haynes, a grega Ioanna Sakellaraki, a espanhola Rocío Bueno, o colombiano Mateo Arciniegas Huertas, os portugueses Maria do Mara Rêgo, Renato Chorão, Marta Pinto Machado, Rui Palma e tantos outros, percebemos que, a cada passo dado, transformamos o novo no confortável, o desconhecido no familiar. Mas que caminhos são estes que percorremos em busca do sonho e da felicidade? São “lugares comuns” de realização ou de sobrevivência? Como transformamos o que nos rodeia de forma a encontrar a nossa casa? O nosso lugar?

Na habitual “peregrinação” a Braga, tive a oportunidade de apreciar um conjunto de trinta e três exposições, das quais dezanove centralizadas na Galeria do Paço, bem no coração da cidade, e no Mosteiro de Tibães. Museu D. Diogo de Sousa, Museu Nogueira da Silva e Museu dos Biscainhos, Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, GNRation, Teatro Circo e Fonte do Ídolo foram os restantes locais visitados. A estes acresce o Espaço Mira, na cidade do Porto, com a exposição “Ilhéus”, de Mira Forjaz. Desta e de mais algumas outras exposições, falarei em detalhe aqui no blogue ao longo dos próximos dias. Vale a pena realçar a diversidade de propostas, quer de um ponto de vista temático como estético, e também a sua qualidade intrínseca, apanágio deste que é um dos maiores e mais consistentes festivais de fotografia do nosso País. Um apontamento final para os mais curiosos e impacientes, levantando a ponta do véu sobre as exposições mais impactantes desta edição dos Encontros, direi que “Renascence”, de Rocío Bueno, é absolutamente imperdível. Acrescentaria os trabalhos “Something and Spirit: The Resilient Women of Afghanistan”, de Farzana Wahidy, “The Truth is in the Soil”, de Ioanna Sakellaraki, “Fountain of Youth”, de Laure Andrillon, “Extreme Pain, But Also Extreme Joy”, de Maggie Shannon, “In The Shadow of the Pyramids”, de Laura El-Tantawy, “Ha Aretz (The Promised Land”), de Roger Grasas e o já referido “Ilhéus”, de Moira Forjaz. Ressalvo que este ponto de vista pessoal não exclui qualquer uma das restantes propostas, todas elas belíssimas e a merecer visita atenta e cuidada.

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