EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Lente Feminina”
Mostra Colectiva
Centro Português de Fotografia
05 Mar > 22 Mai 2022
No âmbito da participação da Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas na Estratégia Nacional para a Integração e Não Discriminação - Portugal + Igual (2018-2030), cuja temática para o triénio 2022-2025 é a não discriminação em razão do sexo e de igualdade de género, o Centro Português de Fotografia apresenta “Lente Feminina”, exposição que reúne perto de uma centena de imagens da autoria de 27 fotógrafas representadas na Coleção Nacional de Fotografia. Eis, pois, uma oportunidade soberana para (re)ver muitos dos grandes nomes da História da Fotografia e, ao mesmo tempo, render homenagem às mulheres fotógrafas cujas práticas individuais contribuíram para a excelência da narrativa fotográfica e romperam com os conceitos preconcebidos de uma profissão dominada pelos homens.
Destacando a qualidade e a sensibilidade do olhar das fotógrafas reunidas nesta mostra, “Lente Feminina” traça um percurso histórico e artístico que remonta a finais do século XIX e início do século XX, assente nos movimentos de emancipação das mulheres, com o correspondente envolvimento em diversas áreas e atividades da vida social. As imagens expostas evidenciam o estilhaçar do estereótipo da mulher como um ser fraco, passivo e dependente, mostrando o quanto a arte das mulheres – e das fotógrafas mulheres, em particular – passou a ser interpretada e valorizada, não apenas como expressão de singularidade, mas como ferramenta de desconstrução do “olhar masculino”.
A confirmar todo este processo evolutivo, destacam-se as preocupações sociais de Doris Ulmann que retratou os trabalhadores afro-americanos nas plantações do sul dos Estados Unidos da América ou Edith Tudor Hart que, enquanto discípula da Bahaus, tinha como objetivo devolver à arte uma missão social. Com II Guerra Mundial, Margaret Bourke-White aparece como a primeira mulher correspondente de guerra, enquanto Sabine Weiss Weber, nos anos 50, foi considerada a Grande Dama da fotografia humanista. No final do século, o leque fotográfico feminino alarga-se: nos anos 90, Cristina Garcia Rodero retrata os ciganos católicos, enquanto que, simultaneamente, nos surge a teatralidade das imagens da fotógrafa-poeta Flor Garduño. Tudo isto e muito mais para ver até ao próximo dia 22 de Maio.
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