LUGARES: Museu da Farmácia
Rua Marechal Saldanha, 1 – Lisboa
Horário | Das 10h00 às 18h00, dias úteis; das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, sábados
Ingressos | Entrada adulto (+ 18 anos) 6,00 €; Estudante e Sénior (+ 65 anos) 4,00 €
A existência de um Museu da Farmácia em Portugal foi sempre uma ambição de todos os farmacêuticos portugueses. Por razões de diversa ordem, esta iniciativa foi sendo sucessivamente adiada, até que em 1981 todas as farmácias portuguesas receberam um apelo por parte da Direção da Associação Nacional das Farmácias no sentido de doarem peças para a constituição de uma coleção que servisse de base ao futuro Museu de Farmácia. O entusiasmo manifestado pelos associados da ANF ultrapassou todas as expectativas, reunindo-se um acervo representativo da história da farmácia portuguesa, conseguindo-se assim salvaguardar um património que estava em risco de desaparecer. Entre 1997 e 2010 o Museu foi cumprindo uma estratégia de constituir uma coleção representativa da história da farmácia mundial, reunindo em leilões nacionais e internacionais e junto de colecionadores privados uma coleção de excepção que é hoje uma referência a nível internacional.
No Museu da Farmácia de Lisboa foram recriados espaços e ambientes que permitem ao visitante contactar, de uma forma mais imediata, com o processo evolutivo da história e tecnologia da farmácia portuguesa, desde o final do século XV até aos nossos dias. Numa boa parte do Piso de entrada é possível apreciar as réplicas de autênticas farmácias portuguesas, desde a antiga botica dos séculos XVIII até à Farmácia Liberal do início do século XX. É de salientar ainda a reconstituição de uma autêntica farmácia tradicional chinesa, oriunda de Macau do final do século XIX e de uma área dedicada à Farmácia Militar. Particularmente interessantes são a exibição das farmácias portáteis usadas no Space Shuttle “Endeavour” na última viagem do milénio (dezembro de 2000), dos medicamentos e da alimentação dos astronautas russos da Estação Orbital Mir, do estojo de viagem contendo os medicamentos que Roald Amundsen levou na expedição ao Polo Sul entre 1910 e 1914 e ainda da evocação do trabalho da Professora Odette Ferreira, uma das mais proeminentes farmacêuticas do nosso tempo, conhecida pelo seu papel na investigação e identificação do VIH 2.
Oriundas de civilizações e culturas tão distantes no tempo e no espaço como a Mesopotâmia, o Egipto, a Grécia e a Roma antigas, os Incas, os Astecas, o Islão, o Tibete, a China ou o Japão, as temáticas da Farmácia e da Saúde são abordadas com peças de extrema qualidade no piso superior. Aí encontra o visitante peças tão extraordinárias como uma filactéria (Síria – Babilónia, c. século III-V a.C.), longa folha de ouro inscrita com minúsculas letras e usada como amuleto de protecção pessoal; também o sarcófago antropomórfico e profusamente decorado de Irtierut, o filho de Pa-di-Her e Taremenubet; ou ainda um ritão de prata com aplicações douradas em forma de chifre, do período selêucida (século I a.C.). Outro grande polo de interesse é o dedicado à Farmácia Europeia, desde a Idade Média até 1929, como um painel com a representação de São Cosme e São Damião a realizar milagres e exorcismos, uma pedra de bezoar, um albarelo hispano-mourisco ricamente decorado (fábricas de Valência ou Manises), um microscópio composto segundo modelo de Edmund Culpeper e uma placa de petri com cultura de penicilina contendo no verso, a tinta vermelha, a inscrição “penicillium notatum, Alexander Fleming”.
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