CINEMA: “Mais uma Rodada” / “Druk”
Realização | Thomas Vinterberg
Argumento | Thomas Vinterberg, Tobias Lindholm
Fotografia | Sturla Brandth Grøvlen
Montagem | Janus Biloleskov Jansen, Anne Østerud
Interpretação | Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen, Magnus Millang, Lars Ranthe,
Maria Bonnevie, Helene Reingaard Neumann, Susse Wold, Magnus Sjørup, Silas Cornelius Van, Albert Rudbeck Lindhardt, Martin Greis-Rosenthal, Frederik Winther Rasmussen
Produção | Kasper Dissing, Sisse Graum Jørgensen
Dinamarca, Holanda, Suécia | 2020 | Comédia, Drama | 117 Minutos | M/14
Cinema Vida
30 Abr 2021 | sex | 18:15
Martin, Tommy, Peter e Nikolaj são quatro professores do ensino secundário cujas vidas atravessam a chamada “crise dos quarenta”, numa Dinamarca a braços com um grave problema de alcoolismo na sua população, nomeadamente naquela mais jovem. Fazendo da teoria de Skårderud uma espécie de tese, os quatro irão levar por diante um verdadeiro “ensaio clínico”, impondo-se regras precisas que permitam validar as suas acções e promovendo o registo ordenado e minucioso das mais variadas reacções. E assim, sob a capa de um “projecto científico” que apenas aos quatro diz respeito, percebem o quanto as suas vidas se vão libertando do jugo miserável em que haviam caído, ao mesmo tempo que tomam consciência dos riscos de adentrar o pantanoso mundo da bebida e do alcoolismo.
“Mais uma Rodada” desfruta-se como se de um bom vinho se tratasse, mas só até certo ponto. A sua imensa alegria contagia o espectador e, de forma grata, aceitamos mais um copo. E mais outro. No ponto de viragem, porém, as consciências começam a afundar-se. O filme também. Na tela, a experiência científica inicial parece chegar ao fim, mas cada uma das quatro personagens mostra-se apostada em pôr à prova os seus próprios limites. Um certo mal-estar começa a invadir o espectador. Pressentimos que algo vai correr mal. A comédia não tardará a dar lugar à tragédia. Longe do brilhantismo de “A Caça” (2012) ou mesmo de “A Comuna” (2016), Thomas Vinterberg volta a abordar os dramas das relações humanas e a forma como são condicionadas por uma certa “nostalgia do passado”. Fá-lo, todavia, sem a sensibilidade que se exigiria, recheando a trama dos mais banais clichés e oferecendo um final absolutamente denunciado, em ambiente de euforia sob uma chuva de champanhe em câmara lenta. Em Hollywood não se faria melhor.
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