CINEMA: “Matthias & Maxime”
Realização | Xavier Dolan
Argumento | Xavier Dolan
Fotografia | André Turpin
Montagem | Xavier Dolan
Interpretação | Harris Dickinson, Xavier Dolan, Anne Dorval, Gabriel D’Almeida Freitas, Marilyn Castonguay, Camille Felton, Pier-Luc Funk, Catherine Brunet, Anne-Marie Cadieux, Antoine Pilon, Connor McMahon, Samuel Gauthier, Alexandre Bourgeois, Micheline Bernard
Produção | Xavier Dolan, Nancy Grant, Elisha Karmitz, Nathanaël Karmitz
Canadá | 2019 | Drama | 119 Minutos | M/14
Cinema Dolce Espaço
05 Jul 2020 | dom | 16:00
Quando dois amigos se beijam durante a rodagem de uma curta-metragem, um vento tormentoso vem assolá-los. Um beijo banal, quase amigável, sem nenhum sentimento real aparente, transforma-se num embaraço para ambos e vem levantar dúvidas quanto à orientação da sua sexualidade. Dúvidas que se estendem aos respectivos círculos sociais, às relações mais próximas e às suas próprias convicções. É então que Maxime (Xavier Dolan) toma a decisão de se afastar.
Entre uma vida aparentemente normal e o colapso emocional vai a distância de um beijo. Após o desastre americano com “A Minha Vida com F. John Donovan”, Xavier Dolan regressa aos registos intimistas, espontâneos e poéticos, que marcam o seu cinema. Nesta casa de férias à beira do lago, a vertigem do amor passeia-se de mãos dadas com a incompreensão e a descoberta. Há sinceridade na forma como o realizador trabalha os conflitos interiores e as relações à beira da implosão pela força das questões ou pela prematuridade dos gestos. E há uma enorme humildade e intimidade na forma como o filme se move através dessa ténue e frágil barreira que delimita o amor da amizade.
Filme dentro do filme, corpo do dilema, a curta-metragem existe para expor uma verdade: o cinema serve para questionar, mas é na vida real que se encontram as respostas. Estendendo-se como o longo reflexo de Matthias, cujo registo de Gabriel D´Almeida Freitas importa enfatizar, a história imaginada por Dolan revela-se infinitamente generosa. A sua precisão clínica para evocar a solidão e a desordem sentimental dá-nos a medida da complexidade das relações humanas. A mancha angiomática no rosto de Maxime pode explicar a verdadeira razão de muitos relacionamentos: Por mais que sintamos no coração as nódoas que gostaríamos de esconder, elas acabam por se destacar à vista de todos, denunciadas pelos seus gestos e pelos suas atitudes.
Realização | Xavier Dolan
Argumento | Xavier Dolan
Fotografia | André Turpin
Montagem | Xavier Dolan
Interpretação | Harris Dickinson, Xavier Dolan, Anne Dorval, Gabriel D’Almeida Freitas, Marilyn Castonguay, Camille Felton, Pier-Luc Funk, Catherine Brunet, Anne-Marie Cadieux, Antoine Pilon, Connor McMahon, Samuel Gauthier, Alexandre Bourgeois, Micheline Bernard
Produção | Xavier Dolan, Nancy Grant, Elisha Karmitz, Nathanaël Karmitz
Canadá | 2019 | Drama | 119 Minutos | M/14
Cinema Dolce Espaço
05 Jul 2020 | dom | 16:00
Quando dois amigos se beijam durante a rodagem de uma curta-metragem, um vento tormentoso vem assolá-los. Um beijo banal, quase amigável, sem nenhum sentimento real aparente, transforma-se num embaraço para ambos e vem levantar dúvidas quanto à orientação da sua sexualidade. Dúvidas que se estendem aos respectivos círculos sociais, às relações mais próximas e às suas próprias convicções. É então que Maxime (Xavier Dolan) toma a decisão de se afastar.
Entre uma vida aparentemente normal e o colapso emocional vai a distância de um beijo. Após o desastre americano com “A Minha Vida com F. John Donovan”, Xavier Dolan regressa aos registos intimistas, espontâneos e poéticos, que marcam o seu cinema. Nesta casa de férias à beira do lago, a vertigem do amor passeia-se de mãos dadas com a incompreensão e a descoberta. Há sinceridade na forma como o realizador trabalha os conflitos interiores e as relações à beira da implosão pela força das questões ou pela prematuridade dos gestos. E há uma enorme humildade e intimidade na forma como o filme se move através dessa ténue e frágil barreira que delimita o amor da amizade.
Filme dentro do filme, corpo do dilema, a curta-metragem existe para expor uma verdade: o cinema serve para questionar, mas é na vida real que se encontram as respostas. Estendendo-se como o longo reflexo de Matthias, cujo registo de Gabriel D´Almeida Freitas importa enfatizar, a história imaginada por Dolan revela-se infinitamente generosa. A sua precisão clínica para evocar a solidão e a desordem sentimental dá-nos a medida da complexidade das relações humanas. A mancha angiomática no rosto de Maxime pode explicar a verdadeira razão de muitos relacionamentos: Por mais que sintamos no coração as nódoas que gostaríamos de esconder, elas acabam por se destacar à vista de todos, denunciadas pelos seus gestos e pelos suas atitudes.
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