TEATRO: “Do Alto da Ponte”,
de
Arthur Miller
Encenação | Jorge Silva Melo
Cenografia e Figurinos | Rita Lopes Alves
Interpretação | Américo Silva, Joana Bárcia, Vânia Rodrigues, António Simão, Bruno Vicente, André Loubet, Tiago Matias, Hugo Tourita, Gonçalo Carvalho, João Estima, Hélder Braz, Inês Pereira/Sara Inês Gigante, Romeu Vala, Miguel Galamba
Produção | Artistas Unidos, Teatro Viriato, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional S. João
14 Nov 2018 | qua | 19:00
Encenação | Jorge Silva Melo
Cenografia e Figurinos | Rita Lopes Alves
Interpretação | Américo Silva, Joana Bárcia, Vânia Rodrigues, António Simão, Bruno Vicente, André Loubet, Tiago Matias, Hugo Tourita, Gonçalo Carvalho, João Estima, Hélder Braz, Inês Pereira/Sara Inês Gigante, Romeu Vala, Miguel Galamba
Produção | Artistas Unidos, Teatro Viriato, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional S. João
14 Nov 2018 | qua | 19:00
Baseada em factos reais, a peça debruça-se sobre a conflitualidade que estala em casa dos Carbone, uma família constituída por Eddie, estivador num dos muitos portos de Brooklyn, na margem esquerda do East River, a esposa Beatrice e a sobrinha Catherine, que o casal criou após a morte da mãe desta. O precário equilíbrio no seio familiar vê-se mais abalado ainda com a vinda de Itália de dois primos, emigrantes ilegais, sobretudo quando o mais novo dos dois, solteiro, fixa as suas atenções na sobrinha do casal. Dá-se então início a um jogo marcado pela imoralidade de sentimentos como a suspeição, o ciúme, a delação e a traição, o qual terminará da forma mais trágica, sob o manto da vingança.
Estendendo-se da família ao espaço
lato da sociedade, este drama moderno remete, ainda que
indirectamente, para a sinistra figura do macartismo. É, nessa
medida, um pedaço do mundo de Arthur Miller que se abre em palco,
sentido de forma intensa por um homem que foi, ele mesmo, vítima da
famigerada caça às bruxas. As emoções que percorrem “Do Alto da
Ponte” são devidas à mestria de Miller, que tão bem soube
construir as histórias de vida da família Carbone e dos que com ela
se relacionam, numa parábola que acaba por se revelar
extraordinariamente actual. Jorge Silva Melo soube dosear a peça
entre o contido e o impulsivo, preenchendo de emoção um palco
praticamente despido de adereços. O resultado salda-se em duas horas
de excelente teatro, ancorado nas interpretações dum belíssimo
naipe de actores, com destaque para a figura de Beatrice, numa notável composição de Joana Bárcia. Para ver até 25
de Novembro.
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