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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

CINEMA: "Uma Mulher Fantástica"



CINEMA: “Uma Mulher Fantástica” / “Una Mujer Fantástica”
Realização | Sebastián Lelio
Argumento | Sebastián Lelio e Gonzalo Maza
Fotografia | Benjamín Echazarreta
Interpretação | Daniela Vega, Francisco Reyes, Luis Gnecco, Aline Küppenheim, Nicolás Saavedra
Produção | Juan de Dios Larraín, Pablo Larraín, Sebastián Lelio e Gonzalo Maza
Chile, Alemanha, Estados Unidos, Espanha | 2017 | Drama | 104 minutos
Cinema Dolce Espaço, Ovar
26 Dez 2017 | ter | 16:00


Com assinatura do chileno Sebastián Lelio, chega às salas de cinema “Uma Mulher Fantástica”, a história dum caso amoroso entre um empresário do ramo textil, já próximo dos sessenta anos, e uma jovem empregada de restaurante e aspirante a cantora lírica. Quando Orlando morre inesperadamente, fulminado pela rotura de um aneurisma, Marina vê-se confrontada com a conservadora família de Orlando e com a própria sociedade, sendo obrigada a provar aquilo que realmente é: uma mulher completa, decidida, honesta... fantástica.

Doseando, de forma inteligente, drama e suspense, “Uma Mulher Fantástica” surge ancorado num argumento sólido, introduzindo subtilmente os elementos necessários à construção da trama e desarmando o espectador à medida que o filme vai avançando. Para tal, conta com a excelente interpretação de Daniela Vega que assume de forma rigorosa a personagem complexa de Marina, oferecendo ao filme a dose exacta de autenticidade e realismo.

Galardoado com o Urso de Prata do 67º Festival Internacional de Cinema de Berlim para Melhor Argumento, “Uma Mulher Fantástica” discorre sobre uma certa moralidade, sem cair no erro de emitir julgamentos. É um filme que defende, com determinação, o direito à aceitação e integração daqueles que, de alguma forma, são discriminados, apenas porque fogem a uma certa norma. Um filme que, mesmo correndo o risco de poder ser mal interpretado, não hesita em levar essa ousadia até ao fim. Diríamos apenas que algumas soluções menos conseguidas, já na sua parte final, acabam por fazer com que, no seu todo, este não seja um filme “fantástico” mas, ainda assim, estamos perante uma obra francamente meritória e cuja visualização se recomenda sinceramente.

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