CINEMA: “Uma Mulher Fantástica”
/ “Una Mujer Fantástica”
Realização | Sebastián Lelio
Argumento | Sebastián Lelio e
Gonzalo Maza
Fotografia | Benjamín
Echazarreta
Interpretação | Daniela Vega,
Francisco Reyes, Luis Gnecco, Aline Küppenheim, Nicolás Saavedra
Produção | Juan de Dios
Larraín, Pablo Larraín, Sebastián Lelio e Gonzalo Maza
Chile, Alemanha, Estados Unidos,
Espanha | 2017 | Drama | 104 minutos
Cinema Dolce Espaço, Ovar
26 Dez 2017 | ter | 16:00
Com assinatura do chileno Sebastián
Lelio, chega às salas de cinema “Uma Mulher Fantástica”, a
história dum caso amoroso entre um empresário do ramo textil, já
próximo dos sessenta anos, e uma jovem empregada de restaurante e
aspirante a cantora lírica. Quando Orlando morre inesperadamente,
fulminado pela rotura de um aneurisma, Marina vê-se confrontada com
a conservadora família de Orlando e com a própria sociedade, sendo
obrigada a provar aquilo que realmente é: uma mulher completa,
decidida, honesta... fantástica.
Doseando, de forma inteligente, drama e suspense, “Uma Mulher Fantástica” surge ancorado num argumento sólido, introduzindo subtilmente os
elementos necessários à construção da trama e desarmando o espectador à medida que o
filme vai avançando. Para tal, conta com a excelente interpretação de
Daniela Vega que assume de forma rigorosa a personagem complexa de
Marina, oferecendo ao filme a dose exacta de autenticidade e realismo.
Galardoado com o Urso de Prata do
67º Festival Internacional de Cinema de Berlim para Melhor
Argumento, “Uma Mulher Fantástica” discorre sobre uma certa
moralidade, sem cair no erro de emitir julgamentos. É um filme que
defende, com determinação, o direito à aceitação e integração
daqueles que, de alguma forma, são discriminados, apenas porque
fogem a uma certa norma. Um filme que, mesmo correndo o risco de
poder ser mal interpretado, não hesita em levar essa ousadia até ao
fim. Diríamos apenas que algumas soluções menos conseguidas, já
na sua parte final, acabam por fazer com que, no seu todo, este
não seja um filme “fantástico” mas, ainda assim, estamos
perante uma obra francamente meritória e cuja visualização se recomenda sinceramente.

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