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domingo, 22 de outubro de 2017

EXPOSIÇÃO DE PINTURA: “Diálogo a carvão entre a mão e o olhar do pintor”



EXPOSIÇÃO: “Diálogo a carvão entre a mão e o olhar do pintor”,
de Luis Dourdil
Museu de Ovar
14 out > 11 nov 2017


Mantendo uma dinâmica invejável e primando por uma agenda recheada de propostas de enorme qualidade, o Museu de Ovar inaugurou no passado sábado a exposição “Diálogo a carvão entre a mão e o olhar do pintor”, de Luis Dourdil (Coimbra, 1914 – Lisboa, 1989). Grande nome da pintura portuguesa contemporânea, Dourdil foi um autodidacta cujo trajeto plástico teve o seu início ainda na adolescência. Como pintor ou desenhista, em simples esboços ou em murais monumentais, ao longo da sua vida de artista permaneceu fiel a uma temática voltada para as gentes anónimas do meio urbano, nomeadamente as varinas, como se pode comprovar neste conjunto de obras que agora se apresentam.

Pelo seu significado e alcance, terá sido precisamente a representação das varinas (ou ovarinas) um dos motivos que levaram à concretização desta exposição no Museu de Ovar. Que Luis Dourdil tinha um especial carinho por Ovar (apesar de se resumirem a “duas ou três” as deslocações do pintor à nossa, então, vila), ficámos a sabê-lo durante as breves palavras que Luis Fernando Dourdil, filho do artista, proferiu na cerimónia de inauguração desta exposição. Momento de grande significado e emoção foi a visita guiada às obras que compõem esta mostra, onde Luis Fernando Dourdil falou do pai, revelando particularidades que fazem ressaltar o seu lado bom, generoso e de grande humanismo, para além do pintor e desenhista de excelência que foi.

É realmente um privilégio podermos apreciar em Ovar um pedacinho do percurso deste artista maior. É admirável a forma como, num conjunto muito simples de traços, Luis Dourdil consegue transmitir toda uma dinâmica do movimento. Que tanto pode ser de mulheres de Alfama ou da Mouraria, num mercado de Coimbra ou na Lota da Ribeira. Ao “esforço” duma visita ao Museu de Ovar corresponderá, seguramente, a “recompensa” duma exposição líndíssima, daquelas que nos lavam a alma e nos reconciliam com os nossos ideais. A não perder, até 11 de Novembro!

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