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sábado, 4 de fevereiro de 2023

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: Prémio Estação Imagem Coimbra 2022


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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: Prémio Estação Imagem Coimbra 2022
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Centro Português de Fotografia
19 Nov 2022 > 05 Fev 2023


A “Estação Imagem” é uma associação cultural criada em 2007 e tem como finalidade estudar, debater e divulgar todos os aspectos ligados à imagem, com particular incidência na fotografia. Prestigiada iniciativa da associação, o prémio internacional de fotojornalismo voltou para a sua décima terceira edição, com um júri presidido por David Furst e constituído ainda por Newsha Tavakolian e Daniel Berehulak, todos eles personalidades conceituadas do meio do fotojornalismo. O grande destaque vai para Adra Pallón que arrebatou o Prémio Estação Imagem 2022 com um trabalho intitulado “Lume e Cinza”. Trata-se de uma série de dez imagens que retratam o flagelo dos incêndios de Verão na Galiza, um flagelo que se replicou por toda a Europa no pior ano deste século e onde a área ardida triplicou em relação à média dos últimos quinze anos.

A desolação e o desespero, cidade após cidade, vila após vila, de Irpin a Bucha, de Bashtanka a Mykolaiv, de Zalyssia a Kharkiv e em tantos outros lugares é o tema de “Ucrânia. Marcas da Guerra”, que deu a Rui Duarte Silva o Prémio na categoria “Notícias”. Já o Prémio na categoria “Assuntos Contemporâneos” coube a Leonel de Castro com a série “Corredores da Morte”, através da qual o prestigiado fotojornalista traz à superfície os testemunhos, vivos e silenciosos, de 13 anos de guerra colonial. Ainda nesta categoria, Adra Pallón volta a estar em destaque com as reportagens “Da Ilha à Galiza” e “Geração Perdida”, ambas contempladas com Menção Honrosa. A primeira reportagem narra o calvário de muitos dos 23.000 migrantes que chegaram às ilhas Canárias no ano passado e acabaram na Galiza, muitos meses depois. Já a segunda reportagem pode ser vista como uma reflexão sobre o brusco agravamento da precariedade laboral e do fosso social, com muitas famílias a perderem as suas casas e os jovens impedidos de pensar num futuro que lhes possa oferecer o mínimo de segurança.

José Sarmento Matos, com a reportagem “A Vida no Bairro da Jamaica: Desigualdade Habitacional em Tempos Pandémicos”, recebeu o Prémio na categoria “Vida Quotidiana”. Trata-se da abordagem íntima a um bairro dos arredores de Lisboa, onde o dia a dia da comunidade é marcado pela precariedade das habitações, situação profundamente agravada com a crise pandémica. Brais Lorenzo Couto foi distinguido nesta categoria com uma Menção Honrosa pelo seu trabalho “Crise Energética no Líbano”, uma revisitação dos tempos terríveis da guerra civil, da qual subsistem muitas feridas por cicatrizar. Este fotógrafo esteve igualmente em destaque ao conquistar o Prémio na categoria “Ambiente” com “Terra Queimada”, uma abordagem aos fogos florestais em Espanha em 2022. O Prémio na categoria “Série de Retratos” coube a Alex Paganelli com “Onde Acaba a Cidade”, documento geográfico do fim da linha ferroviária que liga o centro da capital a Sintra, uma das zonas periféricas mais afastadas de Lisboa. Finalmente, o Prémio na categoria “Desporto” coube a David Tiago com “Invictus”, uma reportagem que incide sobre dois atletas do Clube de Escalada de Braga, ambos portadores de deficiência, movidos pela sua capacidade de superação e vontade de vencer.

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