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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

EXPOSIÇÃO DE PINTURA: "Somos todas as Cores" | Hein Semke


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EXPOSIÇÃO DE PINTURA: “Somos todas as Cores”,
de Hein Semke
Curadoria | José Gameiro
Museu de Portimão
15 Mai > 14 Nov 2021

O Museu de Portimão está a festejar o seu décimo terceiro aniversário e assinala a efeméride com a exposição “Somos todas as Cores”, do ceramista e escultor alemão Hein Semke. Através de um conjunto de trabalhos de pintura, desenho, monotipia, escultura e xilogravura, realizados pelo artista em Portugal entre 1963 e 1976, a mostra é reveladora de uma forma de encarar a arte como um caminho para o conhecimento de si próprio e dos outros. Fruto da excepcional e generosa doação de Teresa Balté ao Museu de Portimão, as obras visam, no seu conjunto, sensibilizar os cidadãos para a importância da construção de uma sociedade mais justa, igualitária e intercultural.

A multifacetada, experimental e colorida forma de tratar o rosto, o corpo e a figura humana - em especial a feminina -, são a temática fulcral desta nova mostra, com curadoria de José Gameiro, que igualmente dá a conhecer a criativa espontaneidade e capacidade de expressão, o humor, o prazer de experimentar e desafiar que acompanha toda a obra de Hein Semke. É uma obra alegre, feliz, solar na sua enorme diversidade cromática, feita de formas fechadas, essenciais e austeras, resumindo a figura humana no volume do torso ou centrando-se na cabeça ou na máscara. Uma obra que, nos trabalhos sobre tela ou papel, recusa a ilusão da perspetiva, que cria volumes mínimos de camadas de tinta ao sobreimprimir monotipias, que usa a técnica da xilogravura para recuperar a tridimensionalidade no talhar das madeiras, por vezes transformadas em relevos autónomos, como no caso das matrizes da série “Parlamento”.

Seja nas suas expressões mais líricas, místicas ou de crítica, em “Somos todas as Cores” descobrimos uma parcela de Hein Semke e um lugar onde somos um todo único, num universo de múltiplas cores e numa sociedade intercultural, tal como ele refere no seu poema datado de 10 de Fevereiro de 1948: “Anel, sê redondo, / viver é colorido. / Cada dia tem a sua cor, / a que lhe é própria. / E cada ano / tem a sua harmonia de cores, / de modo que não há / um dia igual a “outro”. / E no fim, contudo, / - por muito variadas / que sejam as cores - / o anel fecha-se / num círculo eterno / no seu carácter único. / desta forma gostaria / de ser o teu anel, / todos os dias novo e colorido / sempre e só redondo / para ti.”

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