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quinta-feira, 22 de março de 2018

EXPOSIÇÃO: "Poder Arquitectura"



EXPOSIÇÃO DE ARQUITECTURA: “Poder Arquitectura”
Casa da Arquitectura, Matosinhos
17 Nov 2017 > 18 Mar 2018


Pela primeira vez aqui no Blogue falamos especificamente de Arquitectura. Isto a propósito duma magnífica exposição que inaugurou a Casa da Arquitectura, em Matosinhos, e que esteve patente ao público até ao passado domingo. Com curadoria de Jorge Carvalho, Pedro Bandeira e Ricardo Carvalho, “Poder Arquitectura” pretendeu evidenciar de que forma o poder da sociedade é, em si mesmo, um desafio ao arquitecto, em que medida condiciona o seu trabalho e, por outro lado, quais as soluções encontradas para ultrapassar os obstáculos. Interrogando de forma sistemática o visitante, levando-o o reflectir sobre o óbvio e o menos óbvio, esta exposição relevou o papel determinante da arquitectura e a sua importância na construção das cidades, dos territórios e das sociedades actuais.

Outrora armazém da Real Companhia Vinícola, a imensa galeria com cerca de 800 metros quadrados foi transformada num extraordinário espaço expositivo, reunindo dezenas de projectos e traçando um mapa da arquitectura mundial de finais dos anos 90 do século passado até aos nossos dias. Imagens, maquetes, desenhos, textos e objectos conviveram num espaço delimitado por uma rede metálica, formando três camadas de informação: uma mais “superficial”, mais vizinha do público, maioritariamente constituída por imagens; uma camada intermédia onde se acrescentou informação e se relacionaram diferentes abordagens; finalmente uma camada mais “profunda”, onde o visitante mais interessado pode beber a informação completa sobre cada projecto, relacionando-o com um particular tipo de poder.

Colectivo, regulador, tecnológico, económico, doméstico, cultural, mediático, ritual – são estes os oito poderes seleccionados pelos curadores e respigados um pouco por todo o mundo: da Holanda ao Bangladesh, do Sri Lanka ao Brasil, dos Estados Unidos à Bélgica… sem esquecer Portugal, representado em oito obras dentro de fronteiras e três de arquitectos portugueses na Europa. Da sua análise, com base nos exemplos apresentados, se percebe que a Arquitectura não é apenas a expressão de um único poder, havendo uma enorme articulação entre eles: “Um poder não é em si negativo ou positivo. Por vezes os poderes anulam-se, por vezes criam sinergias, por vezes dão origens a contrapoderes”, lê-se no texto de apresentação do catálogo da exposição. Extraordinariamente bem arquitectada, esta exposição exerce uma natural atracção no visitante, desafiando-o a compreender a importância e o impacto da Arquitectura nos dias de hoje e a perceber melhor este fascinante mundo. Sem dúvida, uma das grandes exposições que foi possível apreciar nos últimos tempos.

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