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terça-feira, 14 de julho de 2020

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: "Tomar Industrial"


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EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Tomar Industrial”
Casa dos Cubos, Tomar
20 Nov 2019 > 08 Nov 2020


A assinalar o seu primeiro ano de vida, o Centro de Estudos em Fotografia de Tomar (CEFT) inaugurou a exposição “Tomar Industrial, Contributos para uma Visão Contemporânea – Fotografia e Cinema”, mostra patente até meados deste ano na Casa dos Cubos, antigo armazém associado ao complexo industrial da Levada de Tomar, recentemente recuperado e onde o CEFT está sedeado. Através desta exposição, pretende-se questionar a situação do parque industrial na região de Tomar e o impacto cultural e social daí decorrente. Para isso, os coordenadores do projecto – António Ventura, João Luz e Patrícia Romão, membros da Comissão Coordenadora do Centro de Estudos – socorreram-se da Fotografia, do Cinema documental, da instalação e do projecto autoral, levando ao público registos documentais e artísticos tendentes a contribuir para uma visão crítica e contemporânea sobre uma realidade bem próxima de todos os tomarenses.

Entre as várias propostas, é possível apreciar, desde logo, um belíssimo painel composto por cerca de meia centena de fotografias e intitulado “Barreira Invisível – A Linha do Nabão, Inquéritos à Paisagem”. Trabalho colectivo de fotografia dos alunos do Mestrado em Fotografia (Aplicada e Conservação), este é um projecto de Fotografia e Território que apresenta o levantamento efectuado ao longo da linha do Nabão, documentando o que resta daquela que, em tempos, teve a maior concentração de indústria papeleira do nosso país. Particularmente interessante é o diálogo que se estabelece entre a situação actual, com as unidades fabris encerradas e entregues ao abandono, e os documentos de antanho, conjunto de fotografias que reportam ao período áureo da industrialização em Tomar, a vida concentrada em torno dos cursos de água e, em particular, da Levada de Tomar, deixando antever a dureza das condições de trabalho e a precariedade dos modos de vida.

“Fornalha”, um filme de João Luz (2012), corre nas ruínas da Fábrica de Fiação de Tomar e fala-nos dos vestígios de vida ali depositados. Na mesma linha, “Um Dia de Chuva... Na Fábrica de Fiação de Tomar” é uma instalação visual e sonora da autoria de António Ventura (imagem) e Miguel Urbano (som) que pretende evocar o ambiente visual e sonoro do espaço fabril, provocando uma confrontação do visitante com a eventual fruição estética da quase absoluta ruína desse mesmo espaço. Pelo seu interesse e enorme qualidade, o ponto alto desta mostra centra-se no projecto artístico de Cristina Garrido intitulado “Últimos 200...”. Desenvolvido no contexto da Licenciatura em Fotografia do Instituto Politécnico de Tomar, este projecto tem como ponto de partida a ruína da Fábrica de Papel de Porto Cavaleiros e os achados nesse contexto, posteriormente reutilizados, num registo de apropriação autoral, utilizando processos fotográficos históricos e artesanais. Uma exposição a não perder e que poderá ser vista até ao próximo dia 08 de Novembro.

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