Com um percurso já longo, livre e vivo, as Propostas Fotográficas do iNstantes têm, todas elas, um rol de histórias para contar. Mais discretas e comedidas nuns casos, mais significativas e empolgantes noutros. Esta que nos leva ao encontro de uma parte do património paisagístico da Islândia, pela lente de Carlos Lopes Franco, pertence ao último grupo. Empolgante, pela beleza das imagens, reveladoras de um olhar apurado e de uma grande sensibilidade; sobretudo, significativa, pelo lugar onde se encontra implantada: A Casa da Rua do Paço, a partir de agora sede do iNstantes. Constituída em 26 de Fevereiro de 2021, esta Associação Cultural tem vindo a desenvolver um trabalho exemplar no âmbito da promoção da fotografia como forma de expressão artística e social. Desde a sua criação, vem mostrando um trabalho consistente na divulgação da fotografia documental e contemporânea, nomeadamente através do Festival iNstantes e das Propostas Fotográficas, nas quais “Islândia – Entre Cascatas e Vulcões” se insere.
Evento inaugural de um equipamento cultural com um belo enquadramento paisagístico e repleto de histórias para contar, a mostra leva-nos ao encontro de um verdadeiro paraíso para os amantes da fotografia de paisagem. Vastidão, isolamento e natureza indomada, conferem à Islândia uma atmosfera única, tornando-a num dos destinos mais procurados por fotógrafos de todo o mundo. Seja com grandes angulares, teleobjetivas ou simples câmaras de telemóvel, cada recanto da ilha promete uma imagem para guardar no álbum das mais gratas recordações. Como que saídos de outro planeta, os cenários são de uma beleza quase irreal, levando o visitante a invejar o fotógrafo pelo privilégio de ter podido desfrutar de experiências tão intensas. A diversidade geológica da ilha proporciona uma variedade impressionante de motivos fotográficos, das majestosas cascatas aos campos de lava, dos glaciares imponentes às praias de areia negra. A luz é de particular relevância, com os longos crepúsculos de verão a proporcionarem prolongadas e impressivas horas mágicas, ideais para a captura de imagens com uma suavidade única.
Nesta fantástica Islândia selvagem, entre poderosas torrentes de água, profundos canyons, um solitário avião abandonado, vulcões activos e até uma mística igreja viking num vasto espaço desértico, Carlos Lopes Franco tem o cuidado de, sempre que possível, incluir na fotografia o elemento humano. É a sua presença, que o visitante nota com curiosidade, que define em escala a dimensão dos motivos naturais representados, conferindo a cada imagem, a cada paisagem, o esplendor que lhe é inerente. Carlos Lopes Franco é natural de Barras, Mafra. É licenciado em Engenharia Mecânica (ramo termodinâmica). Foi investigador e exerceu a sua profissão na área da energia, nomeadamente em, gasificação de biomassa em leito fluidizado e na eficiência energética. Fotógrafo com publicações em revistas, sites e outros meios de comunicação da especialidade, nacionais e internacionais, desde 2015, realizou exposições individuais e colectivas em diversas galerias, no país e no estrangeiro. O reconhecimento que a sua obra tem vindo a conseguir, reflecte um percurso consolidado assente numa forte perspectiva pessoal e na dedicação abnegada à arte de eternizar situações da vida real.