EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Diz ao
Mundo Que Nós Existimos”,
de Rune Eraker
Centro Português de Fotografia
13 Jul > 06 Out 2019
A liberdade perdida, a luta pela
dignidade e a defesa dos direitos humanos são o mote para “Diz ao
Mundo Que Nós Existimos – Uma Exposição Fotográfica Sobre a
Liberdade Perdida e a Dignidade Humana”. Parceria entre a Amnistia
Internacional Portugal e o Centro Português de Fotografia, com
imagens do fotógrafo norueguês Rune Eraker, a mostra propõe uma
reflexão sobre o mundo em que vivemos, onde ainda há prisioneiros
esquecidos em condições precárias, activistas votados à reclusão
ou minorias perseguidas.
Tudo começou em 2001, enquanto durava
a guerra civil na Colômbia. Rune Eraker obteve autorização para
visitar uma prisão na capital, Bogotá, para documentar como se
encontravam detidos os guerrilheiros das Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (FARC) e dos prisioneiros políticos.
Quando um guarda voltou as costas por um momento, um preso político
conseguiu passar para as mãos do fotógrafo um pequeno pedaço de
papel onde se lia uma única frase: “Diz ao mundo que nós
existimos”. Este apelo de um desconhecido tirou a paz a Rune
Eraker. O desconforto de o ter conhecido – e a tantos outros como
ele – provocou-o, forçou-o a fazer algo. Uma década e meia
depois, iniciou um projecto de quatro anos, no qual procurou presos
esquecidos e outros a quem a liberdade foi retirada
Aliando a arte às causas e a
sensibilidade da lente de Rune Eraker à ação da Amnistia
Internacional, “Diz ao Mundo Que Nós Existimos” leva-nos numa
viagem pelo mundo dos mais esquecidos, aqueles que são presos,
isolados, torturados, reprimidos e condenados – nos piores
cenários, à morte. Alguns por aquilo em que acreditam. Outros são
vítimas de leis injustas, de preconceitos, de políticas, de
regimes, de violência ou da devastação da guerra. Mas a exposição
é também sobre a força. Sobre a coragem e a capacidade de sofrer e
suportar. Aqui estão pessoas famosas como o Dalai Lama, mas também
activistas desconhecidos como David Muhuthu no Quénia e Ko Saw na
Birmânia, como tantos outros empenhados numa luta desigual contra a
injustiça, buscando uma vida digna em condições indignas.
Dos bairros pobres de Nairobi à cidade
devastada de Raqqa, das altas montanhas do Tibete à prisão de New
Billibid, nas Filipinas, ou às plantações de cana-de-açucar, no
Haiti, acompanhamos o olhar de Rune Eraker, enquanto vamos sendo
contaminados pelo (seu) desconforto. Ter a oportunidade de ver uma
pequena minoria de representantes das arbitrariedade e injustiças
que assolam este mundo, de viver as suas histórias e de ouvir o que
têm para nos dizer implica reflexão perante a realidade, mas também
acção para que se faça a diferença. Durante a exposição, que se
estende até 6 de outubro, é possível enviar petições a entidades
políticas espalhadas pelo mundo para que parem os atropelos aos
direitos humanos e se dêem passos na construção de uma sociedade
mais justa e melhor. A não perder, até 06 de Outubro.
Sem comentários:
Enviar um comentário