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quinta-feira, 18 de julho de 2019

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: "Diz ao Mundo Que Nós Existimos"



EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA: “Diz ao Mundo Que Nós Existimos”,
de Rune Eraker
Centro Português de Fotografia
13 Jul > 06 Out 2019


A liberdade perdida, a luta pela dignidade e a defesa dos direitos humanos são o mote para “Diz ao Mundo Que Nós Existimos – Uma Exposição Fotográfica Sobre a Liberdade Perdida e a Dignidade Humana”. Parceria entre a Amnistia Internacional Portugal e o Centro Português de Fotografia, com imagens do fotógrafo norueguês Rune Eraker, a mostra propõe uma reflexão sobre o mundo em que vivemos, onde ainda há prisioneiros esquecidos em condições precárias, activistas votados à reclusão ou minorias perseguidas.

Tudo começou em 2001, enquanto durava a guerra civil na Colômbia. Rune Eraker obteve autorização para visitar uma prisão na capital, Bogotá, para documentar como se encontravam detidos os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e dos prisioneiros políticos. Quando um guarda voltou as costas por um momento, um preso político conseguiu passar para as mãos do fotógrafo um pequeno pedaço de papel onde se lia uma única frase: “Diz ao mundo que nós existimos”. Este apelo de um desconhecido tirou a paz a Rune Eraker. O desconforto de o ter conhecido – e a tantos outros como ele – provocou-o, forçou-o a fazer algo. Uma década e meia depois, iniciou um projecto de quatro anos, no qual procurou presos esquecidos e outros a quem a liberdade foi retirada

Aliando a arte às causas e a sensibilidade da lente de Rune Eraker à ação da Amnistia Internacional, “Diz ao Mundo Que Nós Existimos” leva-nos numa viagem pelo mundo dos mais esquecidos, aqueles que são presos, isolados, torturados, reprimidos e condenados – nos piores cenários, à morte. Alguns por aquilo em que acreditam. Outros são vítimas de leis injustas, de preconceitos, de políticas, de regimes, de violência ou da devastação da guerra. Mas a exposição é também sobre a força. Sobre a coragem e a capacidade de sofrer e suportar. Aqui estão pessoas famosas como o Dalai Lama, mas também activistas desconhecidos como David Muhuthu no Quénia e Ko Saw na Birmânia, como tantos outros empenhados numa luta desigual contra a injustiça, buscando uma vida digna em condições indignas.

Dos bairros pobres de Nairobi à cidade devastada de Raqqa, das altas montanhas do Tibete à prisão de New Billibid, nas Filipinas, ou às plantações de cana-de-açucar, no Haiti, acompanhamos o olhar de Rune Eraker, enquanto vamos sendo contaminados pelo (seu) desconforto. Ter a oportunidade de ver uma pequena minoria de representantes das arbitrariedade e injustiças que assolam este mundo, de viver as suas histórias e de ouvir o que têm para nos dizer implica reflexão perante a realidade, mas também acção para que se faça a diferença. Durante a exposição, que se estende até 6 de outubro, é possível enviar petições a entidades políticas espalhadas pelo mundo para que parem os atropelos aos direitos humanos e se dêem passos na construção de uma sociedade mais justa e melhor. A não perder, até 06 de Outubro.

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